sexta-feira, 3 de maio de 2019

Educação infantil: Releituras das obras Abaporu e Vendedor de frutas de Tarsila do Amaral

Essas releituras foram realizadas por minhas queridas companheiras de trabalho: Prof° Josenira e Eliete, ficaram lindas meninas. Parabéns!      
Em 1928, para presentear seu marido, Tarsila pinta o quadro Abaporu. A origem do nome da tela vem do Tupi-guarani e significa Aba (homem) e Poru (comer). Tarsila descreve o quadro como sendo imagens de seu subconsciente, sugeridas por histórias que ouvia quando criança. A partir desse momento ela e o marido criam o movimento artístico e literário Antropofágico que tinha como proposta assimilar outras culturas, porém não copia-las. O nome vem do grego e significa antro (homem) e fagia (comer). São obras dessa fase: O Ovo (1928), Floresta (1929), Sol Poente (1929) entre outros.

ABAPORU- 1928
        
         A busca por uma identidade Nacional em artes plásticas era uma preocupação constante dos primeiros modernistas. Não queriam simplesmente imitar os estilos europeus. Queriam se apropriar e transformar essas tendências em algo novo e com a “cara” do Brasil. Um exemplo dessa busca é o quadro “Vendedor de frutas” de Tarsila do Amaral, pintado em 1925. Nesse quadro é representado um mulato de olhos azuis carregando um enorme cesto de frutas acompanhado por um pássaro tropical. As cores são chapadas e as formas muito estilizadas e a falta de profundidade dá uma impressão primitivista. O vendedor de frutas é uma alegoria do Brasil e do povo brasileiro, pois remete a uma ideia de paraíso tropical onde os frutos brotam, cabendo ao povo simples o trabalho apenas de colhê-los.

VENDEDOR DE FRUTAS- 1925


          Tarsila do Amaral foi uma grande pintora e desenhista brasileira com fama no Brasil e no exterior. Nascida em uma família rica e tradicional do interior de São Paulo teve acesso a boas escolas além de concluir seus estudos na Europa. Aprendeu piano e outras línguas, incluindo o francês. Tarsila nasceu em 1º de setembro de 1886 e passou sua infância em meio à natureza na fazenda da família no município de Capivari em São Paulo. Em 1901 matricula-se no colégio Sion onde pinta seu primeiro quadro – Sagrado coração de Jesus. Em 1906 casou com o primo André Teixeira Pinto com quem teve uma filha, o casamento dura cerca de dez anos.

Tarsila do Amaral (foto de 1925 - O Estado de São Paulo).

         Em 1916 aprendeu a fazer modelagem em barro no ateliê de William Zadig, escultor sueco radicado em São Paulo. No ano seguinte teve aulas com Pedro Alexandrino, dedicando-se a pintura de naturezas-mortas. Nesse período conheceu Anita Malfatti que também havia iniciado o mesmo curso.
        Em 1920 foi estudar em Paris estudar pintura e escultura onde conviveu com grandes artistas dessa época. Regressou a São Paulo dois anos mais tarde e embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna acompanhou todo o movimento de Paris e integrou-se ao modernismo, juntando-se ao Grupo dos Cinco, composto por Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
     Tarsila sempre gostou de viajar tanto pelo Brasil como para o exterior e em uma de suas viagens para Minas Gerais encontrou-se com as cores de sua infância e apaixonou-se pelas decorações populares das casas da região. Nesse período juntou-se ao Movimento Pau-Brasil que durou cerca de três anos de 1924 a 1927 e contou com os artistas Oswald de Andrade com que namorava nessa época, Mario de Andrade, Blaise Cendrars, Goffredo Silva Telles e Olívia Guedes Penteado. Suas pinturas encheram-se de brasilidade, levando para suas telas as cores da natureza, a cultura popular, o homem rude e as paisagens rurais. São pinturas dessa época: Morro da Favela (1924), O vendedor de frutas (1925) e Paisagem com touro (1925).

    Também fez exposições em Paris em 1926 e no mesmo ano casou-se com Oswald de Andrade.

    Em 1933, Tarsila pintou a tela Operários e deu início a uma nova fase – Fase Social - que dura aproximadamente quatro anos, sendo a pioneira nessa temática no Brasil. Suas telas estamparam a realidade dos operários. A classe operário no Brasil teve grande impacto na vida social e na política do país por décadas. Um operário não tinha direitos trabalhistas e trabalhava até 15 horas diárias, mulheres e crianças eram os mais explorados.

    Em 1970, a artista realizou em São Paulo e no Rio de Janeiro exposições sobre seus 50 anos de carreira - Tarsila: 50 anos de Pintura. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.

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