sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Educação Infantil: Conto Natalino- "A pequena vendedora de fósforos"; de Hans Christian Andersen

     Esta história acontece no Natal e ainda que tenha um final triste, podemos extrair uma moral dela, trata-se de uma lição de compaixão a respeito daquelas pessoas que tem menos sorte que a gente.No ano anterior representamos este conto para as crianças do nosso Cmei, seguem algumas fotos:

         Fazia um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite descia: a última noite do ano. 
       Em meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão e cabeça descoberta, caminhava pelas ruas. 
       Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de nada adiantavam, eram chinelos tão grandes para seus pequenos pézinhos, eram os antigos chinelos de sua mãe.
      A menininha os perdera quando escorregara na estrada, onde duas carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando. 
        Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um menino se apoderara do outro e fugira correndo. 
       Depois disso a menininha caminhou de pés nus - já vermelhos e roxos de frio. 

Pintei os pés de roxo e enquanto entrava uma professora jogava isopor esfarelado no ventilador, simulando neve
       Dentro de um velho avental carregava alguns fósforos, e um feixinho deles na mão. 
        Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela não ganhara sequer um níquel. 
       Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos a pobre menina, verdadeira imagem da miséria! 
       Os flocos de neve lhe cobriam os longos cabelos, que lhe caíam sobre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não pensava nisso. 
      Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar um delicioso cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano-Novo. 
         Sim: nisso ela pensava! 
       Numa esquina formada por duas casas, uma das quais avançava mais que a outra, a menininha ficou sentada; levantara os pés, mas sentia um frio ainda maior. 
      Não ousava voltar para casa sem vender sequer um fósforo e, portanto sem levar um único tostão. 
       O pai naturalmente a espancaria e, além disso, em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto um telhado onde o vento assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e trapos. 
       Suas mãozinhas estavam duras de frio. 
       Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e aquecer as mãos à sua luz! 
       Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas, acendeu-se. 


               Era uma cálida chama luminosa; parecia uma vela pequenina quando ela o abrigou na mão em concha... 
                     Que luz maravilhosa! 

Utilizei velas sparkles 

             Com aquela chama acesa a menininha imaginava que estava sentada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de cobre, assim como a coifa. 
                Como o fogo ardia! Como era confortável! 
             Mas a pequenina chama se apagou, o fogão desapareceu, e ficaram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado. 
                  Riscou um segundo fósforo. 
              Ele ardeu, e quando a sua luz caiu em cheio na parede ela se tornou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde enxergar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a neve e sobre ela havia um brilhante serviço de jantar.              O ganso assado fumegava maravilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas. Ainda mais maravilhoso era ver o ganso saltar da travessa e sair bamboleando em sua direção, com a faca e o garfo espetados no peito! 
         Então o fósforo se apagou, deixando à sua frente apenas a parede áspera, úmida e fria. 
          Acendeu outro fósforo, e se viu sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes ramos, e cartões coloridos, iguais aos que se vêem nas papelarias, estavam voltados para ela. A menininha espichou a mão para os cartões, mas nisso o fósforo apagou-se. As luzes do Natal subiam mais altas. Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu, formando um longo rastilho de fogo. 


             "Alguém está morrendo", pensou a menininha, pois sua vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava morta, lhe dissera que quando uma estrela cala, uma alma subia para Deus. 
            Ela riscou outro fósforo na parede; ele se acendeu e, à sua luz, a avozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito linda e terna. 


               - Vovó! - exclamou a criança. 
               - Oh! leva-me contigo! 
                Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar! 
              Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do fogo, a comida fumegante e a grande e maravilhosa árvore de Natal! 


            E rapidamente acendeu todo o feixe de fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os fósforos brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia. Sua avó nunca lhe parecera grande e tão bela. Tornou a menininha nos braços, e ambas voaram em luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde não havia frio nem fome nem preocupações - subindo para Deus. 


          Mas na esquina das duas casas, encostada na parede, ficou sentada a pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que a morte enregelara na derradeira noite do ano velho. 
            O sol do novo ano se levantou sobre um pequeno cadáver. 
        A criança lá ficou, paralisada, um feixe inteiro de fósforos queimados. - Queria aquecer-se - diziam os passantes. 
           Porém, ninguém imaginava como era belo o que estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora com a avó e a felicidade que sentia no dia do Ano ­Novo. 





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