domingo, 8 de abril de 2018

Educação Infantil: Biografia de Candido Portinari

CANDIDO PORTINARI (1903-1962)

Dedicou sua vida ao registro da cultura de seu povo e de seu país. A obra de Portinari sofreu forte influencia de seus primeiros anos de vida. Brodósqui onde nasceu em 1903, seria lembrada em suas pinturas. Candinho como era chamado, sempre foi miúdo e tinha dificuldade para andar por causa de um acidente. Esse fato foi marcante para o franzino garoto, que achava seus pés pequenos e fracos. Na fazenda Santa Rosa, onde morava, observava os colonos trabalhando na roça, principalmente seus pés largos, com dedos enormes e fortes. E pensava: “Quando eu for grande, quero ter pés fortes, poderosos como os deles...”.
 Aos 9 anos trabalhou como auxiliar na pintura do forro da igreja de sua cidade, ficou encarregado de fazer as estrelas. Aprendeu a técnica spolvero. Com 10 anos fez seu primeiro retrato: Carlos Gomes. Aos 15 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Como possuía pouco dinheiro, foi morar numa pensão; seu quarto era na verdade, um banheiro! Certo dia, dormindo dentro da banheira, acordou todo molhado: a caixa da água havia arrebentado e a água fria foi seu despertador! Aos 20 anos, pintou “BAILE NA ROÇA”, que foi reconhecida como sua primeira obra de arte. Foi a primeira tela que vendeu.
 Participou de diversos concursos. Em 1928 foi finalmente premiado, com uma viagem à Europa, pelo retrato que pintou de Olegário Mariano, poeta pernambucano. Recebeu, então, uma quantia em dinheiro do governo brasileiro e foi para Paris. No inicio de 1930, na França, conheceu Maria Victória, jovem uruguaia que morava em Paris. Casaram-se e viveram na Europa por mais um ano. Lá ele não pintou quase nada, só andou, observou e aprendeu bastante. Conheceu obras de diversos artistas. As técnicas de Van Gogh e de Cézanne foram profundamente esmiuçadas por Portinari. 
De volta ao Brasil, trabalhou como nunca. Pintou diversas telas sobre sua infância e Brodósqui. Sua pintura foi fortemente influenciada por Pablo Picasso. 
A partir de 1936, Portinari desenvolveu a pintura de murais. Naquela época o governo Brasileiro costumava encomendá-los para serem colocados em prédios públicos. Em 1939 pintou murais para o pavilhão do Brasil na feira mundial de Nova York.
 A convite do arquiteto Oscar Niemeyer, em 1944 iniciou as obras de decoração da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em BH.
 Em 1956 terminou dois painéis para a sede da ONU em Nova York; “Guerra e Paz”
Sua obra foi intensa e diversificada. Pintou tipos regionais do Brasil, como os cangaceiros e os índios Carajás. Retratos, não gostava muito de fazê-los, preferia retratar sua esposa e os amigos. Pintou músicos, desenhos de Israel,  Crianças, adorava conversar com elas. Ele dizia: “Sabem por que é que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para botá-los no ar feito anjos”. Denise sua neta, filha de seu único filho, João, foi diversas vezes tema de suas pinturas.
 A obra de Portinari não pode ser rotulada: apresenta contradições e soluções que superam o artista comum. Não pode ser simplesmente enquadrada em um contexto artístico. Ela deve ser entendida com toda a sua força dramática expressa em cada pincelada. Muitas pessoas criticavam suas obras. Achavam que as figuras tinham formas exageradas, monstruosas. Não entendiam o real significado de sua arte... 
Portinari faleceu em 1962, aos 59 anos, vítima de intoxicação provocada pelas tintas que utilizava. Teve a capacidade de pintar 5 mil obras!
Sua principal obra foi deixar gravadas, para sempre, na história e na arte do Brasil, pinceladas que buscavam a perfeição sob um ponto de vista muito particular, e o amor à sua gente, suas raízes, sua história.

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