terça-feira, 8 de outubro de 2019

Educação Infantil: Projeto: "Brincar com intencionalidade: Momentos de uma Educação Humanizadora inspirados na obra de Candido Portinari e Ivan Cruz"


                                                                         



"Brincar com intencionalidade: Momentos de uma Educação Humanizadora inspirados na obra de Candido Portinari e Ivan Cruz"

                                      
                                                          
     Introdução                   
 O presente relato apresenta as vivências e experiências de intervenções pedagógicas realizadas com as turmas de Lactentes, 2 anos e 3 anos e 4 a 5 anos do CMEI ... no ano 2018.
Procuramos promover o envolvimento de todas as professoras das turmas, crianças e demais profissionais da educação que trabalham na instituição, inclusive dos familiares que colaboraram enviando as solicitações que foram enviadas e participando em diferentes vivências que foram organizadas como estratégias para uma educação humanizadora.


Justificativa:
Um dos principais objetivos que elenquei ao planejar nossas vivências humanizadoras era que as mesmas se estendessem e fossem propiciadas aos familiares e comunidade, isso por si só gerava obstáculos, pois os pais em geral são acostumados que no contexto da atualidade os mesmos recebam convites quando da necessidade de diálogo, para tratar questões negativas. Porém com intervenções da cordenação conseguimos realizar e planejar estratégias de aproximação e integração com os familiares das crianças. Pensando em criar espaços de participação coletivos passamos a compreender a necessidade de vínculos, estabelecendo e fortalecendo uma relação, para que estes compreendessem a instituição como tempo e espaço para aprendizagem e desenvolvimento, confirmando as palavras de Oliveira:

 “requer estreitar as relações entre escola e comunidade e substituir o paternalismo ou distanciamento, porventura existentes, pelo diálogo e o reconhecimento mútuo”.
                                                   (Oliveira, 2011, p.176)
No decorrer do ano conseguimos ter grande êxito em conseguir a participação ativa dos familiares em nossas vivências que eram planejadas com a colaboração dos mesmos, esse processo de interação constitui questão central no processo educativo, pois segundo Makarenko (1981), a essência do trabalho educativo está na organização da família e da vida da criança, bem como os exemplos que são apresentados em sua vida pessoal e social, o que se aplica a todas as crianças independente de sua idade.
Além da dificuldade da interação família/escola outra questão que na atualidade é mais corriqueira é o fato da tecnologia estar cada vez mais nas “mãos” de nossas crianças, é normal hoje as mesmas possuírem celulares e tablets e não brincarem que é tão fundamental na primeira infância e no desenvolvimento do adulto. Através do brincar a criança se apropria de importantes conceitos para seu desenvolvimento, conhecimentos necessários ao seu convívio social, os quais possibilitam a apropriação cultural por meio de práticas de movimento.

“Brincando em atividades de intensa movimentação corporal, a criança desenvolverá os seus diferentes aspectos, inclusive físicos e motores e, ao mesmo tempo, poderá ser levada a entender que esses movimentos têm significados, pois se manifestam com objetivo de expressão e comunicação.”          
(Garanhani e Nadolny, 2011 p.70)
 Foi pensando nisso que planejei vivências que incentivassem os familiares a brincarem com suas crianças, que relembrassem a eles também suas infâncias, possibilitando o resgate da cultura através de vivências lúdicas, conhecimento de brinquedos, brincadeiras, cantigas que hoje não fazem parte do mundo infantil e vem sendo esquecidos na vida cotidiana, neste sentido garantimos à criança a capacidade de atribuir um sentido pessoal ao que já conhece, gerando novas apropriações e aprendizados que são promotores do desenvolvimento de sua consciência, e humanização.
As brincadeiras foram utilizadas como recurso de aprendizagem, para favorecer e instrumentalizar a ação educativa visando promover à socialização, a criatividade, a imaginação. Integrando-as a nossa rotina, tais vivências sempre foram efetivadas através da mediação da professora, que realizava as necessárias intervenções, tudo isso pautando-se nos escritos da Teoria Histórico-Cultural, referencial que nos permite compreender que a criança, ao nascer, apreende o aspecto humano quando se apropria das máximas elaborações humanas. Todavia, não basta que esteja exposta ao conjunto de objetos da cultura: a mediação do adulto é fundamental a apropriação da cultura pelas novas gerações (Vigotski,2001; Leontiev, 1978; Luria, Leontiev, 2016).
O brincar com intencionalidade nos permitiu possibilitar vivências bem elaboradas, prazerosas, curiosas, diferenciadas, de qualidade, ricas em conteúdo que garantissem a objetivação, ou seja, a expressão da criança de tudo aquilo que aprendeu.
 Consideramos a faixa etária de todas as turmas ao planejar as vivências, propondo que as mesmas fossem intencionalmente repletas de sentido e significado para a constituição das crianças enquanto sujeitos históricos e em uma concepção emancipatória, para isso de acordo com a turma as estratégias foram reorganizadas. Esse entendimento é reafirmado por Blagonadhezina (1969) que sustenta que tudo que se apresenta as crianças deve ser de especial qualidade, pois os sentimentos e as emoções são expressão da vivência, da relação com os objetos e fenômenos que cercam as crianças. Davidov (1988) também defende uma organização especifica diante das faixas etárias onde se deve tornar possível o contato com a arte, com as brincadeiras, músicas, cantigas de roda e obras literárias. Essa organização é essencial para a sistematização do ensino e sua relação direta com o desenvolvimento psíquico.


Objetivo Geral

- Garantir uma Educação Humanizadora propiciando ao grupo de crianças e familiares o contato com o que há de mais elaborado nas produções humanas.

Objetivos Específicos

- Valorizar o brincar com intervenções educativas;
- Apreço a arte;
- Conhecer a biografia de expoentes das artes plásticas;
- Reconhecer a história de brinquedos e brincadeiras;
- Aprender regras de diferentes jogos;
- Realizar diferentes possibilidades de brincadeiras com diferentes brinquedos, fugindo do tradicional;
- Compor brinquedos com materiais alternativos ou recicláveis;
- Incentivar os familiares a brincarem com suas crianças;
- Garantir a colaboração da família em diferentes vivências na instituição;
- Resgate do brincar, oportunizando situações onde a mesma possa explorar o
ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se como integrante do
meio;
- Ampliar vínculos afetivos;
- Possibilitar o desenvolvimento da comunicação e socialização;
- Expressar suas ideias, sentimentos, necessidades desejos e avanços no seu
processo de elaboração de significados;
- Manusear, conhecer e brincar com brinquedos tradicionais que pertencem ao patrimônio histórico cultural;
- Aprender a origem de brinquedos;
- Aprender a compartilhar brinquedos;
- Realizar tentativas de acompanhar diferentes músicas com gestos;
- Identificar cores;
- Brincar em grupo ou em jogos cooperativos;
- Fazer uso de diferentes palavras ao se comunicar;
- Obter noção de contagem, de posições e sentidos;
- Ampliar possibilidades físicas e motoras explorando diferentes possibilidades corporais;
- Conhecer parlendas e cantigas de roda;
- Elaborar desenhos a partir de situações vivenciadas (brincadeiras);
-Desenvolver com as crianças jogos cooperativos, explicando a elas que nestes jogos todos tem um objetivo comum.
- Favorecer vivências como quebra cabeça Tangram.
- Obter noção de cuidados com seres vivos;  
- Relacionar obra ao pintor;
- Elaborar diferentes esculturas do animal gato;
- Fabricar massa de modelar;
- Modelar escultura;
- Desenvolver equilíbrio durante brincadeiras com pé de lata;
- Compor Peteca com o auxilio dos familiares;
- Realizar registros com fotos inspirados nas telas dos expoentes Cândido Portinari e Ivan Cruz;
- Conhecer precursor do brinquedo peteca


Referencial teórico
        “(...) a criança assimila esse mundo, a cultura humana; assimila pouco a pouco as experiências sociais que essa cultura contém os conhecimentos, as aptidões e as qualidades psíquicas do homem. É essa a herança social. Sem dúvida a criança não pode se integrar a cultura humana de forma espontânea. Consegue-o com a ajuda e a orientação do adulto no processo de educação e ensino...
 (Mukhina, 1996, p.40).

Pautando-se em estudos e preceitos da Teoria Histórico-Cultural, enquanto referencial teórico capaz de instrumentalizar a ação docente para maximizar o processo de ensino e aprendizagem, é possível compreender por meio de reflexões o papel do educador como sendo crucial neste processo, onde todas as ações que realiza pode ser ou não promotoras do desenvolvimento. Segundo Leontiev (1978) à medida que a sociedade avança, mais relevante é o papel específico da educação e mais complexa é a tarefa da escola, meditando nessas palavras o professor deve garantir uma educação assertiva, mas primeiramente deve sair de sua zona de conforto, da mesmice e através de estudos, buscando formações, garantir uma educação efetiva e humanizadora.
Cabe salientar aqui a importância da Educação Infantil, e a responsabilidade que nos é apresentada assumindo essa função, é nela que por meio da interação com o meio e com o adulto mais experiente a criança estabelece formas de comunicação com o mundo, amplia sua capacidade de aprender e inicia o domínio da linguagem, sendo capaz de socializar novas formas de pensar e agir com as pessoas, promovendo assim seu desenvolvimento integral conforme defende a teoria. Segundo Vigotski os primeiros anos de vida,

São fundamentais para o desenvolvimento humano, porque neles ocorre a formação das estruturas do psiquismo humano, sobre o qual se desenvolverão as estruturas superiores do pensamento, decorrentes das relações estabelecidas da criança com o mundo exterior;
(Vigotski, 1996, p.299)
A aprendizagem deve ser capaz de despertar sentimentos não somente nas crianças, mas nos docentes também, interesse, curiosidade e prazer estão entre estes, pois assim haverá desenvolvimento e escolares e docentes passarão a figurar enquanto agentes do processo histórico e não meros expectadores, sendo capazes de compreender a realidade em seu entorno e superá-la.
Os momentos que as crianças permanecem na instituição educativa devem ser pensados e ordenados com ações intencionais e planejadas, na intenção de favorecer seu pleno desenvolvimento. A Educação Infantil segundoGaranhani e Nadolny deve oportunizar aprendizagens que: garantam autonomia e identidade corporal, interação com o meio pela socialização, ampliação do conhecimento de práticas corporais. A integração dessas aprendizagens é garantida através da brincadeira, pois “brincando, as crianças desenvolvem sua imaginação, seu pensamento, sua corporeidade, sua afetividade e capacidade de se relacionar com o outro de forma ética” (Batista, Buffon, Vitório, 2013 p.27).
A brincadeira é uma estratégia que possibilita que a criança desenvolva suas funções psicológicas superiores como percepção, memória, atenção, desempenhando assim um papel de referência na constituição desse sujeito. As brincadeiras devem estar inseridas em nossa prática pedagógica, em nossa rotina, porém não é o brincar por brincar, deve-se sempre lembrar que além de objetivos pressupostos deve haver sempre a mediação a intervenção do educador que garanta que os objetivos sejam alcançados. É brincando que a criança conhece o ambiente que o cerca, aprendem quase tudo que necessita saber para sua vida adulta, descobre o mundo a sua volta e aprende a interagir com ele.
Leontiev (1978) defende a apresentação do que há mais aprimorado em todas as áreas do conhecimento e das artes, potencializando assim as capacidades de memória, percepção e senso estético. Nos momentos de aprendizagem e apresentação das máximas elaborações humanas de forma intencional relacionei o brinquedo à Arte, a qual é uma das estratégias de ensino capaz de maximizar o processo de aprendizagem das crianças. Referenciando o trabalho docente envolvendo brincadeiras com expoentes da arte foi possível garantir que as crianças percebessem que o brinquedo não existe por si só, que há uma história, um contexto em como foi criado e que perdura através de gerações a criança assimilar isso é extremamente importante, pois Vigotiski defende que o desenvolvimento da criança encontra-se, intrinsecamente relacionado a apropriação da cultura, a qual implica a participação ativa da criança na mesma. Nesse processo de apropriação da cultura “não só a criança assimila a produção cultural e se enriquece com ela, como a própria cultura reelabora em profundidade a composição natural de sua conduta e dá uma orientação nova ao curso do desenvolvimento”.
Vale salientar que ao relacionar o BRINCAR, direcionar e englobar o ensino de Artes em meus planos de trabalho contemplei o aspecto normativo da LDB (Brasil, 1996), que em seu Artigo 26, parágrafo 2° estabelece: “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. As DCN’s como documento orientador também prevê promover o relacionamento e a interação dos escolares com diversificadas manifestações de música, ARTES, cinema, dança teatro entre outras (BRASIL, 2010).
Pensando nas palavras da pesquisadora russa
:“Se a vida da criança está organizada, a sua memória enriquece-se com um conteúdo útil, que se vai acumulando sucessiva e gradualmente. Amplia-se o seu horizonte e formam-se o espírito observador e inquisitivo. O seu raciocínio forma-se não só através de tipos especiais de atividade, nas brincadeiras, no trabalho ou nas aulas, mas também na vida quotidiana em que sua mente tem que trabalhar ativamente para compreender o grande número de fenômenos inesperados e as constantes dificuldades que lhe surgem no dia a dia.”
(Liublinskaia, 1973, p.23-24)
A arte em nossas vivências passou a assumir função primordial no processo de formação e aprimoramento dos sentidos, sendo levada ao cotidiano do grupo de crianças e comunidade, em todos os espaços da instituição a cada trabalho que realizávamos inspirados nas belíssimas telas dos expoentes Cândido Portinari e Ivan Cruz organizávamos painéis para exposição. Desta maneira foi possível viabilizar de maneira mais efetiva o acesso das crianças ao conhecimento produzido e sua participação na produção histórico-cultural.
            Em nossas vivências contamos com a colaboração dos familiares das crianças que assumiram seus papéis junto com a escola que são distintos, porém complementares nesse processo de humanização dos sujeitos. 


RELATO
BRINCAR COM INTECIONALIDADE
“A brincadeira enquanto atividade intencional e planejada no ambiente educativo representa um momento rico de aprendizagem e significados para as crianças à medida que estabelece relação entre imaginação e realidade” (Teoria Histórico-Cultural e realização de intervenções pedagógicas humanizadoras: conquistas de professores e crianças na educação infantil do município de Telêmaco Borba- Pr, 2016).
Através de estudos sobre a vida e as obras dos expoentes das artes plásticas “Cândido Portinari e Ivan Cruz”, desenvolvi um trabalho focado no resgate de brinquedos e brincadeiras, através da arte procurei ampliar o repertório das brincadeiras de nossas crianças.
Objetivando valorizar o brincar com intervenções educativas, o apreço a arte e propiciar o contato com o que há de mais elaborado numa educação humanizadora para nossas crianças a cada planejamento que envolvia uma brincadeira ou brinquedo apreciávamos uma tela que abrangia o mesmo, então conhecíamos dados da biografia de seu pintor, analisávamos a história de tal (brinquedo ou brincadeira) aprendíamos como se brinca e as regras se fosse um jogo, também observávamos a possibilidade de realizar brincadeiras diferentes com determinado brinquedo, evitando assim somente o tradicional, reconhecíamos seus momentos históricos diversos, buscando assim relação entre o passado e o presente e para concluir cada estudo sugeria a composição do brinquedo que fora estudado, utilizando materiais alternativos.
Outro objetivo que elenquei foi incentivar os familiares que brincassem com seus filhos, elaborei estratégias para trazer os mesmos até a instituição para que colaborassem em diferentes vivências, oportunizando assim que os familiares juntamente com suas crianças pudessem conhecer e apreciar o que há de mais rico nas produções humanas.

“Quanto mais a criança viu, ouviu e vivenciou, mais ela sabe e assimilou; quanto maior a quantidade de elemento da realidade de que ela dispõe em sua experiência- sendo as demais circunstâncias as mesmas -, mais significativa e produtiva será a atividade de sua imaginação.” (VIGOTSKI,2009)

Com as crianças de faixa etária pequenas, (0 aos 2 anos), disponibilizei as telas em lugares estratégicos da sala e ao alcance das mesmas, aguardava que as crianças realizassem diálogos sobre as obras, ou seja, que nomeassem, ou realizassem tentativas de imitar o que estava sendo apreciado. Oportunizei que os mesmos observassem como se realizavam as brincadeiras, utilizando recursos como: caixas didáticas “Brinquedos e Brincadeiras” e vídeos com demonstrações.
Com as crianças maiores (dos 3 aos 5 anos) aprofundei os estudos, além de apreciar as belíssimas obras de arte conheciam dados importantes da biografia dos pintores das mesmas, assegurando-lhes dessa maneira o que há de mais elaborado.
“É importante que o professor na Educação Infantil elabore estudos e pesquisas com as crianças sobre os conhecimentos relacionados aos jogos, brinquedos e brincadeiras que fazem parte da cultura humana, com a finalidade de desenvolver com as crianças o estudo cientifico e as vivências das diferentes possibilidades com o brincar. Desta forma o professor e as crianças se envolverão com os aspectos históricos dos jogos, brinquedos e brincadeiras, com as diferentes composições existentes do brinquedo como as variações em relação a forma de brincar” (Caderno Pedagógico da Educação Infantil, 2016, p.9).


A primeira tela que foi elemento de nossos estudos foi “Sonho- 1938”, obra do pintor Cândido Portinari, ela inspirou nossas vivências envolvendo o brinquedo cavalinho de pau. Foi possível trabalhar vários conteúdos de diferentes áreas do conhecimento, na Linguagem oral e escrita conhecemos o poema “Ouve só” de Maria Mazetti através de desenhos o ilustramos, ouvimos áudios contendo sons do animal, ouvimos as músicas “Sons com a boca” composição de Maive D. Ardnt, “Cavalos do Rei” do CD Fazendo Músicas com crianças, então solicitei que as crianças tentassem reproduzir os sons e acompanhassem os gestos das músicas.

Sons com a Boca (Maive Duarte Arndt) 

Cavalinho faz assim 
(galope do cavalo com a língua)
A pipoca estoura assim
 (som com os lábios)
Gosto de beijinho assim
 (beijinhos)
Mas agora vou fazer com a bochecha assim
 (aperta a bochecha cheia)

 Com os conteúdos de Linguagem corporal foi possível reconhecer e brincar com este brinquedo, estimulando assim lateralidade, equilíbrio e outros movimentos.


Aprendemos com os conteúdos de Natureza e Sociedade sobre especificidades deste animal, características de seres vivos, observamos imagens de diferentes raças do mesmo, através da caixa didática “Animais” notamos as características do equino, assistimos a vídeos com imagens dele se alimentando, seu habitat, onde vive (estábulo), suas especificidades (passeio, transporte, hobby), dialogamos sobre quem o conhece pessoalmente, sobre do que se alimentam (grama, ração), sua fêmea (égua), seu filhote (potro) e sobre alguns termos envolvidos com ele (relinchar, galopar, trotar etc).

 Após foi disponibilizado para manuseio alguns utensílios que envolvem o animal: cela, chapéu, berrante, chicote entre outros e aprendemos sobre suas utilidades.


Durante a apresentação dos acessórios a criança Murillo da turma de 03 anos, reconheceu que o berrante era feito do chifre do boi.
Organizei um espaço com diferentes animais de borracha para que as crianças tentassem procurar cavalos e imitassem os sons que o mesmo produz, em seguida brincamos no gramado de alimentar os “animaizinhos” com grama.


    Para representar o animal os menores utilizaram o carimbo das mãos e desenho, os maiores utilizaram a técnica de colagem de pratos descartáveis, os quais foram pintados em momento anterior na cor marrom, com guache e lã.














      As crianças da turma de lactentes prontamente reconheceram a figura do animal nos cadernos que fora feito com o carimbo das mãos, alguns o nomearam corretamente outros o chamavam de pocotó.
    Para concluir, utilizando garrafa pet que fora preenchida com papel crepom marrom pelas crianças foi feita a composição de um cavalinho de pau, os mesmos coloram os órgãos da face no brinquedo e após brincarmos na instituição, cada um pode levar o brinquedo para sua casa.







     Nossas vivências passaram então a ser inspiradas na tela “Menino com pião- 1947”, as mesmas foram organizadas de acordo com a faixa etária das turmas, todos tiveram contato com o brinquedo que faz parte do patrimônio histórico, desde os pequenos da turma de lactentes, que apesar de ainda não conseguirem lançar o brinquedo da maneira correta, conseguiram obter noções de qual o movimento que o brinquedo realiza, manusearam para identificar o material que é confeccionado e aprenderam a identificá-lo. Após apreciarmos a obra exposta realizamos diálogos sobre os elementos presentes na mesma, primeiramente destaquei o elemento chapéu e a partir do mesmo brincamos com as cantigas de roda: “O meu chapéu tem 3 pontas” e “Marcha soldado”, após assistimos vídeos com as coreografias e realizamos tentativas de executar tais movimentos.

O meu chapéu tem três pontas (Cantigas populares)

O meu chapéu tem três pontas
Tem três pontas o meu chapéu
Se não tivesse três pontas
Não seria o meu chapéu


Para a apresentação do brinquedo, em outro momento, foi utilizado o recurso caixa surpresa, estimulando assim o tato e a imaginação das crianças.


Após esse reconhecimento do pião, através da ficha da caixa didática “Brinquedos” foi possível reconhecermos as características do brinquedo, a maneira de brincar, então assistimos a vídeos informativos nos orientando como enrolar o pião e o lançar.
Inspirado na tela foi realizado um registro com foto, onde as crianças imitavam a postura do menino da obra de arte, com os elementos presentes na mesma, foram utilizados: pião, camisa preta, chapéu de jornal e uma cartolina com o desenho de uma cadeira a qual foi pintada anteriormente. As fotos foram expostas em um painel no espaço interno da instituição contribuindo para agregar cultura aos familiares, pois poderiam conhecer uma das obras do maior pintor que nosso país já teve.


No desenho da tela somente com contornos as crianças coloriram e colaram a dobradura de um chapéu de jornal.


 Através do vídeo “Traçando Arte- Cândido Portinari” (https://www.youtube.com/watch?v=Obz0gSEvm2Y) as crianças observaram o que é um museu, apreciaram outras telas de Portinari e relembraram fatos da biografia deste artista.
Por meio de pesquisas aprendemos que além de pintor Cândido Portinari também escreveu alguns poemas, então conhecemos o poema: “O menino e o povoado” (Não tínhamos nenhum brinquedo), foi destacado o fato que antigamente os brinquedos eram confeccionados pelas próprias crianças, poucos tinham condições de comprar, então decoramos com desenho este poema e observamos imagens e alguns piões confeccionados com reciclagem.

O Menino e o Povoado [Não Tínhamos nenhum brinquedo]
Não tínhamos nenhum brinquedo
Comprado. Fabricamos
Nossos papagaios, piões,
Diabolô.
A noite de mãos livres e
pés ligeiros era: pique, barra-
manteiga, cruzado.
Certas noites de céu estrelado
E lua, ficávamos deitados na
Grama da igreja de olhos presos
Por fios luminosos vindos do céu
era jogo de
Encantamento. No silêncio podíamos
Perceber o menor ruído
Hora do deslocamento dos
Pequenos lumes... Onde andam
Aqueles meninos, e aquele
Céu luminoso e de festa?
Os medos desapareciam

Sem nada dizer nos recolhíamos
Tranquilos...
                                
                                Portinari
A partir deste momento as crianças de 4 a 5 anos passaram a associar a tela ao seu autor, relembrando quando apresentada a obra qual o nome do pintor.   Através de vídeos observamos como se dá a confecção de um pião de madeira e realizamos tentativas de modelar este brinquedo com massinha de modelar.
Brincamos de roda com a cantiga “Roda Pião” e realizamos os movimentos que contém na música “Movimentos” do compositor Lydio Roberto, destacando o movimento de girar (rodar).


MOVIMENTOS (LYDIO ROBERTO)

"GIRA, PULA, RODA
FAZ O CORPO BALANÇAR
MOSTRA UMA CARETA
E DEPOIS PODE SENTAR
GIRA A CABEÇA
LEVANTA OS BRAÇOS
MEXE AS PERNAS
PODE PARAR
FICA DE PÉ
LEVANTA OS OMBROS
E JÁ PODE ATÉ DANÇAR"

As crianças pintaram os piões de madeira da instituição, após serem delimitados os espaços que deveriam ser coloridos.




     Outra tela que foi apresentada e que também retrata a brincadeira com pião foi “Jogando Pião” do artista plástico Ivan Cruz, o qual tem como objetivo divulgar o lúdico, à imaginação, incentivar ao máximo o desenvolvimento de nossas crianças no feliz mundo das brincadeiras, possui mais de 100 telas com o tema “Brincadeiras de Criança”. Durante a apresentação da biografia deste pintor algo que fora destacado é o fato de que a primeira obra de arte que conheceu foi a de Portinari em sua fase geométrica.

    Para realizar a representação da obra, em semanas anteriores fora iniciado juntamente com as crianças a pintura de uma parede na área externa da instituição com as casas que fazem parte das telas do artista, porém naquele momento não foi exposto o porquê estávamos realizando a pintura. Então após apreciarmos a tela e observarmos a parede já pronta realizei o registro inspirado na obra onde as crianças imitavam a postura da brincadeira na tela exposta.

     Observei se alguma criança relacionaria as casas coloridas pintadas na parede com as da obra do artista, as quais são uma das características evidentes de seus trabalhos. A criança Davi Vidal, turma de 4 a 5 anos ao ver a parede comentou que era “arte”.

    A foto inspirada na obra de arte também foi exposta em um painel na área interna da instituição, possibilitando assim que os pais apreciassem o trabalho que vinha sendo desenvolvido com seus filhos e conhecessem mais uma obra de arte e conhecessem outro artista.




     Para concluir os trabalhos com este brinquedo foi disponibilizado tampas de amaciante e lápis de cor e solicitei que as crianças escolhessem as cores de sua preferência os auxiliando a confeccionar um pião, brincamos com o mesmo relembrando a cantiga Roda Pião então incentivei a brincarem com os familiares, visto que o brinquedo elaborado com reciclagem foi enviado para seus lares.





Entendendo da importância das brincadeiras cantadas para o desenvolvimento das nossas crianças foquei os planos de trabalho nas brincadeiras com cantigas de roda, para isso iniciei o planejamento com a canção de composição de Ivan Cruz: "Brincadeiras de Criança” (Interprete: Marcos Vinicius Santa Rosa). Cada criança ilustrou uma das brincadeiras apresentadas na música com um desenho.

“Brincadeiras de Criança”
Esta noite eu tive um sonho...
Sonhei que brincava numa linda Praça
Um menininho, brincando, jogava botão,
Outro soltava pipa e mais outro, bolinha de sabão.
As menininhas brincavam de roda
- Terezinha de Jesus
E brincavam sem parar.
E quando acordei fui também logo brincar.

Amarelinha,
Atiradeira,
Bafo-bafo,
Bambolê.
Cambalhota,
Patinete,
Vem brincar que é pravaler!!
Toda cidade tem uma Praça
E toda Praça tem brincadeiras de criança
Ioiô
Jogo da velha,
Pião,
Peteca
E garrafão
E um monte de crianças, bagunçando de montão.
Quem nunca brincou de jogar bola de gude,
Quem não soltou balão em São João,
Não sabe na verdade a alegria de brincar,
Então vem prá cá,
Brincadeiras de Criança.

Pique esconde,
Perna de pau,
Cabra-cega,
Cadeirinha,
Finca,
Arapuca
Sai pra lá que a vez é minha!!!
                                                                                       Ivan Cruz

                                                     

As telas que passei a enfocar foram: “Brincando de roda” de Ivan Cruz  e “Roda Infantil – 1932” de Cândido Portinari inspirados nas mesmas brincamos com diferentes cantigas que pertencem ao repertório de nosso patrimônio histórico cultural e então representamos a tela de Ivan Cruz registrando com foto este momento diante da parede pintada com as casas das obras do pintor. Com o brinquedo xilofone incentivei as crianças a acompanhar as canções e brincarem de fazer as bonecas ninar com algumas cantigas.


     Algumas das crianças da turma de 4 a 5 anos passaram a partir deste momento a relacionar as obras de brincadeiras de criança ao pintor Ivan Cruz, e após assistirem vídeos com a biografia do mesmo, Davi Vidal comentou que Ateliê é onde se faz arte, pois observou este espaço no vídeo.


A criança Pedro, turma de lactentes ao ouvir o cd com cantigas de roda, chamou atenção da professora ao ouvir a cantiga Roda Pião, relembrando que havia brincado com a mesma em semanas anteriores.


Uma das cantigas que brincamos e cantamos foi “Atirei o pau no gato” passei então a direcionar nossas vivências na tela “Denise com gato- 1960” de Cândido Portinari, após apreciarmos a mesma as crianças aprenderam imediatamente o nome da neta de Portinari. Foi disponibilizada a caixa didática “Brinquedos”, incentivei as crianças a observar as fichas de ursos de pelúcia, então solicitei através de bilhetes aos pais que nos enviassem a instituição gatos de pelúcia e utilizando recorte montamos uma cartolina com mosaico de cores para registrarmos com foto em frente a mesma, imitando a postura de Denise.

    
     Utilizando a caixa didática “ANIMAIS” apresentei a ficha do animal GATO as crianças aprenderam as especificidades deste felino, cuidados necessários com o mesmo, e tiveram a oportunidade de ter contato com o animal, que foi trazido por uma funcionária para instituição, foram orientados para que observassem seu pelo que o acariciassem com cuidado e ouvimos os sons que ele emite gravados em MP3: (ronronar e miar).


Através de diálogos na roda da conversa, observei os conhecimentos que as crianças já tinham pré-estabelecidos, realizando sempre as intervenções necessárias, por exemplo, na turma de lactentes as crianças ao apreciar a tela chamavam o felino de “miau”, conversando com os mesmos e repetindo por vezes o nome do animal “gato” alguns começaram a nomeá-lo corretamente e notei que através de incentivo os mesmos compreenderam e fizeram uso da palavra correta. Fora listado os cuidados necessários com os seres vivos e as crianças que não tinham algum animal de estimação em casa, tiveram a oportunidade de cuidar por alguns momentos do gato.














     Conhecemos a canção “O gato” de Vinicius de Moraes, e apresentei alguns dados relevantes da biografia do compositor, então utilizando palitos de sorvete, montamos um gato no caderno e com o carimbo das mãos e dobradura, foi criada a figura do animalzinho. 














         Utilizando caixa de leite elaborei fantoches de gato então foi apresentado a música “O gato xadrez” de Elvira Drummond, após foram disponibilizados os mesmos para que as crianças manuseassem, nomeassem, realizassem tentativas de cantar e dialogassem sobre as cores dos animaizinhos que contém na música.

O GATO XADREZ (Elvira Drummond)
"Era uma vez, um gato xadrez.
Se querem conhecer… conto a história pra vocês.
Sua mãe era uma gatinha, branca da cor de farinha.
Seu pai um gato grandão, preto da cor de carvão.
E quando nasceu o gatinho pra não ter confusão.
Não era da cor de farinha, nem era da cor de carvão.
A natureza que é sabia, vejam o que foi dessa vez,
o gato nasceu branco e preto, o gato nasceu xadrez."


Após sentir as texturas e observar as figuras geométricas da caixa didática “Figuras Geométricas” as crianças menores utilizaram carvão para colorir um prato de papelão, relembrando que essa técnica com esse material foi uma das utilizadas por Portinari ao desenhar seu primeiro retrato com apenas 10 anos, os pratos foram colados no caderno com o formato de um gato.
Para as crianças maiores apresentei o quebra cabeça Tangram feito com cartolina e tecido xadrez e após observarem imagens de figuras de gatos montadas com o mesmo, realizaram tentativas de montar o seu “gato-xadrez”.
Chamou muito a atenção das crianças menores a interpretação com os fantoches, alguns deles já sabiam as cores. Os maiores conseguiram com facilidade montar as figuras com o tangram e conheceram a figura geométrica paralelogramo que raramente é trabalhada nesta faixa-etária.















A música “História de uma gata” do compositor Chico Buarque foi eleita para uma apresentação da turma de 4 a 5 anos para os outros colegas da instituição, para tal confeccionamos em papelão alguns instrumentos, ouvimos os sons que os mesmos emitem através de áudio em mp3.















Relacionei então as vivências com “gato” a brincadeira Cama de gato, para iniciar apreciamos a tela “Cama de gato” de Ivan Cruz e após aprendemos sobre esta brincadeira utilizando a caixa didática “Brincadeiras”. Realizamos registro com foto inspirado na tela, então as crianças maiores levaram para casa o barbante e através de bilhete foi solicitado que brincassem com seus familiares e registrassem com foto este momento e nos enviassem, propiciando aos familiares reviverem traços de sua infância com os seus próprios filhos, com as fotos fizemos uma montagem, a qual foi exposta em cartaz no espaço da instituição, possibilitando que os familiares apreciassem a contribuição que fizeram naquela vivência juntamente com as crianças.
Com as crianças de 0 a 2 anos foi adaptado a brincadeira utilizando elástico amarrado em uma mesa, com isso tentariam passar pelo emaranhado de fios, alguns conseguiram realizar os movimentos sem o auxílio.
Ao observarem a tela alguns já a identificavam como sendo de Ivan Cruz, Davi Emanuel, turma de 4 a 5 anos relatou “que o pintor nasceu na praia” e Fernando comentou que “foi na obra de Cândido Portinari que Ivan Cruz se inspirou”, a maioria ainda não conheciam a brincadeira mas facilmente aprenderam e ficaram muito entusiasmados ao levar o barbante e brincar com seus familiares.














      A brincadeira cama de gato é uma brincadeira que faz parte do repertório de brincadeira dos índios, pensando nisso passamos a estudar o brinquedo peteca, iniciei o trabalho apresentando em vídeo a história em quadrinhos “Peteca” de Mauricio de Souza, então organizados na colcha roda de conversa conhecemos a biografia do cartunista e sua imagem, aprendemos a história dos gibis (história em quadrinhos), observamos a imagem da primeira história em quadrinhos que foi em inglês, e a primeira brasileira que foi o almanaque Tico Tico.


As crianças realizaram pseudoleitura de gibis, os quais foram enviados para casa juntamente com bilhete solicitando que os familiares os lessem para elas e nos enviassem a foto deste momento.














     No caderno de linguagem foram realizadas tentativas da escrita da palavra “PETECA”. Utilizando diferentes fantoches as crianças foram convidadas a dramatizar na boca de cena algumas cenas do episódio. 




Apreciamos a tela “Jogando peteca” do artista plástico Ivan Cruz, após relembramos alguns fatos da biografia deste grande artista, foi realizado diálogos sobre este brinquedo, quem o conhecia e se já haviam brincado com o mesmo, qual o material que é confeccionado e etc. Através de vídeos as crianças observaram como se brinca, tiveram contato com o vídeo educativo “Parece peteca, mas não é” -Quintal da cultura. Com a caixa didática “Brinquedos” observaram imagens e alguns dados sobre a peteca, foi disponibilizado na caixa surpresa o brinquedo, para que as crianças tateassem e realizassem tentativas de descobrir o que estava lá, logo após brincamos com a peteca e realizamos tentativas de lançá-la pela base.










       Convidei os familiares ou responsáveis no momento da saída em que chegavam para buscar as crianças a se dirigirem até a parede que contém os desenhos das casas das telas da série brincadeiras de crianças de Ivan Cruz para registrar uma foto inspirada na obra de arte, dos mesmos brincando de peteca com as crianças. Com isso foi realizada uma montagem com a foto e para a exposição da mesma as crianças pintaram com giz uma cartolina grande com o desenho da tela, nesta foi exposta as fotos de todas as crianças da instituição no espaço exterior, possibilitando que a comunidade em geral, tivesse acesso e apreciassem esta vivência, ao lado foi fixado a biografia de Ivan Cruz, para que conhecessem alguns elementos da vida e obra do expoente das artes plásticas.
















Utilizando as telas “Mestiço -1934” e “Descobrimento do Brasil - 1956” do expoente Cândido Portinari, dialogamos sobre alguns fatos da biografia deste artista e em seguida sobre o que se apresenta nas imagens, (Índio) o qual é apontado como sendo o precursor do brinquedo “PETECA”,  salientamos que foram os primeiros habitantes do nosso país, apresentei uma síntese do livro “Etnias e Cultura” de Nereide Schilaro Santa Rosa onde se encontra a história de nossas origens. Assistimos vídeos que mostram a origem do brinquedo, como se confecciona o mesmo com palhas, assim como as que eram fabricadas pelos índios, também assistimos “Os Indígenas- Raízes do Brasil” nos organizamos na colcha roda de conversa e manuseamos palha e espigas de milho, descobrindo de onde vem aquele material, em seguida como no vídeo foi confeccionada uma peteca, a qual as crianças brincaram e manusearam.
     

Com a caixa didática “Seres humanos” as crianças puderam observar imagens de índios e descendentes dos mesmos, então através de diálogos foi exposto brincadeiras que fazem parte da rotina das crianças indígenas, neste momento através da caixa didática “Brincadeiras” as crianças observaram a ficha da brincadeira indígena Tobdaé, e aprenderam a brincar da mesma, a qual é uma espécie da brincadeira queimada, utilizando peteca ao invés de bola, em seguida realizamos a tentativa da brincadeira.

Outro livro que utilizei para conhecer a história de Cândido Portinari foi “Encontro com Portinari” de Rosane Acedo e Cecília Aranha, o qual faz parte da Coleção Encontro com a Arte Brasileira. Para as crianças obterem noção do tamanho do acervo da obra de Portinari utilizando o notebook apresentei o site “Projeto Portinari” no mesmo é possível encontrar muitas curiosidades sobre o artista e suas mais de 5 mil telas.

Realizamos os gestos da música de Margareth Darezzo “Peteca”, na mesma sugere-se diferentes movimentos com a peteca na cabeça sem deixá-la cair (andar, correr, pular, dançar).


Foi realizado a leitura do livro “Kabá Darebu de Daniel Munduruku”, após as crianças observarem as imagens do mesmo, foram convidadas a ilustrar a história, através de desenho.
Convidamos os familiares para participar de uma vivência com as crianças na instituição, no qual organizamos um chá da tarde, cada dia da semana recebemos os familiares de uma turma. Durante esse momento, foram apresentadas as telas já trabalhadas e as imagens dos pintores “Cândido Portinari” e “Ivan Cruz”, apresentei o vídeo com o depoimento que Ivan Cruz me enviou, no mesmo ele fala do trabalho que venho desenvolvendo inspirado em suas telas e incentiva o brincar e que as crianças deixem os tablets de lado, logo após nos direcionamos até o espaço nos fundos da instituição e juntamente com as crianças elaboramos uma peteca, utilizando TNT, jornal e barbante e todos foram convidados a brincarem com seus filhos no gramado da instituição.



Durante as semanas que trabalhei com o brinquedo peteca, a cada vivência, consegui observar o quão prazerosas e o quanto fizeram sentido as mesmas para as crianças, os pequenos da turma de lactentes, aprenderam a pronunciar a palavra peteca, e ao observar a tela Mestiço falavam índio, realizaram tentativas de equilibrar a peteca na cabeça realizando os movimentos da música de Margareth Darezzo, aprenderam a lançar a peteca pela base também. As crianças da turma de 02 anos, quando perguntávamos quem criou a peteca alguns respondiam: “O Índio”, Lunna além de falar que era o índio dizia “que a peteca era de palha”. As crianças maiores já conseguiam destacar fatos das biografias dos dois expoentes das artes ”Ivan Cruz” e “Candido Portinari”. Todos ficaram muito entusiasmados com a presença de seus familiares na instituição.
Os planejamentos a partir daí foram direcionados para a brincadeira pular carniça, ou pular cela, aproveitando o fato de que os dois expoentes Ivan Cruz e Candido Portinari possuem telas com essas brincadeiras e a mesma também é uma brincadeira indígena..
Foi iniciado o trabalho apresentando o vídeo clipe: Portinari e a Infância - Retratos da Infância, onde aparecem imagens de algumas telas de brincadeiras tais como: pipa, pular carniça, plantar bananeira, entre outras. Para relembrar fatos da biografia deste pintor assistimos ao vídeo Portinari - De Lá Pra Cá, no mesmo João Cândido Portinari fala de seu pai e seu trabalho, também aparece a casa que o expoente viveu no Rio de Janeiro. Em seguida destaquei as telas “Meninos brincando- 1955” e “Meninos pulando carniça- 1957”, as quais aparecem no vídeo, e na área externa da instituição tentamos realizar as brincadeiras retratadas nas mesmas (pular cela e plantar bananeira).






Em cartolina apresentei o desenho ampliado do tamanho de uma criança da tela “Pulando Carniça” de Ivan Cruz e com guache a colorimos, no rosto foi feito uma abertura onde as crianças inseriram o mesmo para registro com foto inspirada na obra.







 






     Através do poema “Meu corpo” de Ruth Rocha, exploramos partes do corpo, incluindo os órgãos da face, os quais não são retratados nas pinturas de Ivan Cruz e para conhecer a escritora assistimos a uma entrevista com a mesma: “Ruth Rocha, 50 anos de escrita” e ao episódio do programa “Quintal da Cultura - Aniversário da Ruth Rocha”.
     Brincamos de fazer os gestos da cantiga “Cabeça, ombro, joelho e pé”.
    Para estimular os movimentos corporais realizamos brincadeiras com circuito delimitando o espaço a percorrer e os movimentos que deveriam ser realizados.


Passei a elaborar meu plano de trabalho envolvendo a brincadeira “Bocudo”, o qual faz parte do folclore brasileiro, e que é tradicional dessas festanças, para isso apresentei as telas “Espantalho -1959” e “Espantalhos- 1941” ambas do artista plástico Cândido Portinari.















Através de diálogos com o grupo de crianças foi indagado quem reconhecia aquele BONECO e sua utilidade, utilizando o livro “Encontro com Portinari” destaquei o fato de que Portinari quando criança tinha medo de espantalhos, os via nas plantações e tinha pesadelos com eles, mais tarde depois de adulto pintou-os muitas vezes.

      Através de vídeo clipe as crianças assistiram a música “O Espantalho” de Fagner a qual faz parte de nosso patrimônio histórico, logo após as crianças dançaram ao som da canção. Através de diálogos enfatizei que este pode ser um dos símbolos da festa junina, pois esta é a festa da colheita, e que o mesmo serve para espantar os pássaros e cuidar das plantações, por isso era um boneco que pertencia ao cotidiano de Portinari, pois o mesmo nasceu na fazenda. Utilizando pratos de papelão e vassouras, compomos espantalhos para a ambientação da festa que aconteceu na instituição com a participação dos familiares.
     Na área externa da instituição realizamos a brincadeira BOCUDO que é típica da festa junina, o mesmo foi produzido com caixa de papelão e com o formato e desenho de um ESPANTALHO, no mesmo as crianças tentaram arremessar as bolas dentro de sua boca, em seguida foi realizado pintura facial de um espantalho nas crianças.













    No retorno do recesso de julho, o primeiro planejamento envolveu as telas já trabalhadas, expondo elas juntamente com as imagens de seus pintores e dialogando sobre o que representavam, quais brinquedos ou brincadeiras.  Relembramos fatos da biografia de seus pintores, relacionando obra ao autor. 
Foi disponibilizado esses brinquedos na área externa da instituição e cada um escolheu com qual brinquedo gostaria de brincar.
Telas: “Menino com Pião-1947”, “Sonho- 1938”, “Roda Infantil- 1932”, “Denise com gato- 1960”, “Mestiço -1934”, “Descobrimento do Brasil - 1956”, “Meninos brincando- 1955”,“Meninos pulando carniça- 1957”, “Espantalho -1959”, “Espantalhos- 1941” do artista plástico Cândido Portinari e Rolando Pião”, “Brincadeira de roda”, “Cama de gato”, “Jogando Peteca”, “Pulando carniça”, obras de Ivan Cruz.








                                                           

Utilizando o livro “Folclorices de Brincar” de Mércia Maria Leitão e Neide Duarte, o qual é ilustrado com as telas de Ivan Cruz e contém poemas sobre brincadeiras, enfatizei a brincadeira “Bolhas de Sabão” então através de diálogos descobrimos quem conhecia a brincadeira ou já havia brincado com a mesma, conversamos sobre o que há dentro das bolhas e assistimos ao vídeo clipe da música de Vinicius de Moraes “O ar (O vento)” brincamos de bolhas de sabão livremente pelo pátio da instituição.
            Utilizando a caixa didática “Figuras geométricas” destaquei o formato que as bolhas possuem e para confirmar utilizamos corante na água com sabão e sobre uma cartolina as crianças fizeram bolhas de sabão colorida, quando as bolhas estouravam formava-se a figura círculo, esta mesma cartolina serviu de suporte para a exposição das fotos que foram registradas na parede que contém as casas das telas de Ivan Cruz e inspirada na mesma.
            Foi oportunizado que as crianças apreciassem imagens de Telas em que Artistas Plásticos representaram a brincadeira “Bolha de Sabão”.





                                                              














     As crianças pequenas demonstraram curiosidade nesta vivência, tentaram assoprar, mas optaram por estourar as bolhas. Na turma de 2 anos gostaram muito da brincadeira e conseguiram reconhecer as cores que foram utilizadas nas bolhas coloridas. A criança Lunna relatou que as bolhas são círculos.



Conhecemos o livro “Brincantes Poemas” de César Obeid, o qual retrata através de figuras e poemas diferentes brincadeiras apresentei o poema Sapato de lata que era uma das brincadeiras que as crianças ainda não haviam tido contato. Através de bilhetes solicitei latas aos familiares e iniciamos as vivências com este brinquedo, que é muito interessante, pois não tem custo algum.
            Após conhecerem o poema e o ilustrarem, apresentei a caixa didática “Brinquedos”, com a ficha do pé de lata as crianças puderam observar e assimilar como se brinca então assistirmos vídeos de crianças brincando, após solicitei para que tentassem subir, se equilibrar e andar sobre as latas.
As crianças puderam então conhecer a tela “Pé de lata” que é mais uma das obras da série Brincadeiras de Criança de Ivan Cruz, realizamos o registro de uma foto inspirada na obra de arte. Após apreciarmos a obra assistimos vídeos e demonstrei, passo a passo de como confeccionar este brinquedo.













Disponibilizei o desenho da tela para que as crianças colorissem com lápis de cor, solicitando que pintassem dentro dos contornos e utilizassem muitas cores como as telas do artista plástico.
            Em outro momento ao planejar, lembrei que em uma das primeiras apresentações do artista plástico Ivan Cruz ao comentar que ele era também escultor, a criança Yasmin, da turma de 4 a 5 anos, perguntou como se fazia esculturas de bronze, então encaminhei o plano de trabalho para este tema, no qual apresentei a imagem da escultura da brincadeira que estávamos conhecendo. As crianças apreciaram imagens e assistiram vídeos com esculturas que são feitas por Ivan Cruz em diferentes tamanhos. Para aprender como se faz esculturas em bronze assistimos alguns vídeos que apresentam escultores realizando seus trabalhos. Para concluir assistimos ao episódio: Vila Sésamo - Esculturas de Argila.


Com a colaboração das crianças menores foi feito massa de modelar comestível e solicitei que realizassem a tentativa de modelar aquele brinquedo, ou brincadeira, com os maiores, foi disponibilizado a massa de modelar normal e eles foram instigados a modelar a escultura da brincadeira, após receberam cartolinas cortadas em diferentes figuras geométricas e colaram suas modelagens, assim o trabalho ficou em 3D.







     Apresentei a possibilidade de outra brincadeira com as latas, disponibilizei as fichas da caixa didática “Brincadeiras com imagens e orientações de como se brinca de “Tomba latas” ou “Bola na lata” em seguida foi solicitado as crianças que empilhassem as latas e organizados em fila cada um teve a oportunidade de realizar tentativas de jogar uma bola e derrubar as latas.


Concluindo os trabalhos com esta brincadeira, foi solicitado para que as crianças das turmas de 3 e 4 a 5 anos, colaborassem na composição do seu brinquedo, disponibilizei papel contact colorido recortado com diferentes formatos ou figuras, letras iniciais do nome das criança para a decoração das latas que foram coletadas.


Para a maioria das crianças a brincadeira foi novidade, ao disponibilizar as latas para as crianças de lactentes e 02 anos o que lhes chamava mais atenção era empilhar as mesmas. Demonstraram dificuldade de subir nas latas, porém conseguiam se equilibrar e alguns tentavam trocar passos, aprenderam a nomear a brincadeira com facilidade, no qual percebi a apropriação desse conhecimento em outros momentos quando observaram a tela novamente.
As crianças maiores, não reconheceram aquela brincadeira, mas conseguiram brincar com desempenho e autonomia, prestaram atenção na explicação sobre escultura e conseguiram dar formas bem definidas e parecidas a escultura do artista plástico.


O próximo brinquedo que foi evidenciado nos planos de trabalho foi a corda, a partir do mesmo reafirmei e continuei a incentivar os movimentos corporais do grupo. Utilizando as caixas didáticas “Brinquedos” e “Brincadeiras” as crianças observaram imagens de como se brinca, em seguida apresentei o poema “Pular corda” do livro “Brincantes Poemas” de César Obeid, e solicitei que fossemos até a área externa da instituição onde distribui cordas para que as crianças, então passei a observar qual o movimento estes fariam com as mesmas. 


      Apreciamos a tela “Pulando corda” do artista plástico Ivan Cruz, e através de diálogos observei quem já relacionava a obra ao pintor da mesma, em seguida registrei com foto inspirada na tela, diante da parede pintada com as casas das obras, as crianças tentando pular corda como na pintura.




      Assistimos ao vídeo clipe: Palavra Cantada/ Brincadeiras de Corda/ Pauleco e Sandreca- Pulando a Cobra, em seguida as crianças observaram imagem da brincadeira Cobra com corda da caixa didática “Brincadeiras”, após tentaram brincar. Conheceram o poema do livro Brincantes poemas de César Obed com o mesmo título da brincadeira.
            Concluindo foi apresentado outra possibilidade de brincadeira com a corda, assistimos o vídeo Cabo de guerra- Turminha do jardim e para aprender as regras da brincadeira utilizamos a ficha da caixa didática “Brincadeiras”, logo após brincamos na área externa da instituição com este jogo. Após apresentei o poema Cabo de Guerra do livro Brincantes poemas de “César Obed” e em seguida inspirados no mesmo solicitei que as crianças tentassem o ilustrar em seus cadernos através desenho.
As crianças demonstraram muito prazer em brincar com corda, algumas já haviam brincado, desde a turma dos 2 anos já conseguiram reconhecer o autor Ivan Cruz nas obras que estávamos trabalhando, aprenderam os detalhes das mesmas (brincadeiras, casas coloridas, crianças sem face). As crianças maiores se divertiram muito brincando de cabo de guerra, durante aquele momento de competição.





O próximo brinquedo que fez parte de nossas vivências foi o Bambolê.
        Para iniciar os trabalhos proporcionei para apreciação a tela “Crianças na Praça” - Ivan Cruz, através de diálogos as crianças apontaram quais as brincadeiras estão retratadas ali, relembraram as quais já realizaram na instituição, para isso observaram seus portfólios com imagens das fotos que foram inspiradas nas telas de Ivan Cruz e Cândido Portinari. As crianças relataram quais as brincadeiras que mais gostaram e o que lembravam se das histórias de cada brinquedo.
            Para evidenciar o brinquedo bambolê, primeiramente utilizei as caixas didáticas: “Brinquedos” e “Brincadeiras”, para crianças observarem diferentes imagens de brinquedos ou brincadeiras relacionando as mesmas com a tela Crianças na Praça. Em seguida destaquei a ficha com a brincadeira e com o brinquedo “Bambolê”.


     Após apresentar a tela “Bambolê” - Ivan Cruz e apreciar a mesma, todos foram convidados a representá-la com foto na parede com a pintura das casas das obras de Ivan Cruz.


Para compor o ambiente e expor as fotos inspiradas na tela, encapei o brinquedo com TNT e os mesmos foram fixados em diferentes pontos para que os familiares apreciassem a vivência de suas crianças.


As crianças foram incentivadas a realizarem tentativas de bambolear, com o brinquedo em diferentes partes do corpo (cintura, perna, braço, pescoço) imitando os movimentos propostos.
Foram realizadas brincadeiras que estimulavam a obter noções de espaço tais como: dentro e fora, ao lado etc., brincaram de coelhinho sai da toca e amarelinha com os mesmos.




     Assistimos ao clip Planta bambolê- Palavra cantada e vídeos de crianças brincando com este brinquedo, então foi amarrado o bambolê em um lugar alto e colocado um colchonete e orientado para que as crianças passassem pelo mesmo e tentassem pular no colchonete, movimentando as partes do corpo.


Apresentei a caixa didática “Figuras geométricas”, após dialogarmos sobre as figuras e relacionarmos a elementos presentes em nosso ambiente, inclusive destacando a forma do bambolê, foi distribuído os blocos lógicos e sugerido que tentassem classificar as formas tentando montar diferentes figuras de acordo com o ambiente.
            No pátio externo brincamos de um jogo cooperativo que possui as seguintes regras: após formarmos uma roda com as crianças de mãos dadas e com o bambolê entre os braços, os mesmos deveriam realizar tentativas de passar o bambolê sobre o corpo sem soltar as mãos.


     Após apresentar a ficha do jogo “Basquete” que contêm na caixa didática “Brincadeiras” e dialogarmos sobre o jogo, sua história, como se brinca, e as regras do mesmo. Direcionamo-nos até o gramado da instituição e amarramos o bambolê em uma árvore, o qual foi a tabela do jogo e as crianças realizaram tentativas de lançar a bola e brincar de basquete.


     Para concluir apresentei o poema “Bambolê” do livro Brincantes poemas de César Obeid, após a leitura, solicitei que as crianças tentassem ilustrar o mesmo com um lindo desenho.
            Com facilidade as crianças conseguiram relacionar a forma do bambolê ao círculo, na turma de 02 anos na semana seguinte a que iniciei as vivências houve criança que esqueceu o nome do brinquedo e o nomeou como círculo somente. Ao apresentar a tela “Crianças na praça” o grupo nomeou as brincadeiras e brinquedos que havíamos conhecido desde o início do ano, ao apreciarem a tela “Bambolê” uma criança da turma de 3 anos comentou que aquela obra não era de Portinari, pois o mesmo pintava com “cara”.

Baú das Brincadeiras

Enviei uma entrevista para casa das crianças onde os pais, foram convidados a responder quais brincadeiras que brincavam enquanto crianças e solicitei que se possível nos enviassem fotos destes momentos, porem o retorno não foi como esperado. Após apreciarmos a tela “Crianças na praça” do artista plástico Ivan Cruz, dialogar sobre fatos da biografia do artista, apresentei um cartaz com o título “Baú das brincadeiras” no mesmo continham as fotos dos pais enquanto crianças em momentos de brincadeira. Solicitei que as crianças tentassem identificar seus familiares, os brinquedos e brincadeiras expostos nas fotos e instiguei as mesmas a relacionarem as imagens do cartaz com as brincadeiras apresentadas na tela.


No pátio externo brincamos com triciclo que foi um dos brinquedos que mais continham nas fotos enviadas pelos pais, depois de observamos a ficha do mesmo que contêm na caixa didática “Brinquedos”.


Dando continuidade em nossas vivências e inspirados na tela “Crianças na praça” - Ivan Cruz, apreciamos as telas que já havíamos trabalhado e dialogamos sobre as brincadeiras representadas ali, em seguida nos encaminhamos até o pátio externo da instituição e pintamos cartolina com desenhos de casas em tamanho grande, as quais permitiram para o registro fotográfico inspirado na tela.













Através de votação no quadro fizemos um placar e as crianças escolheram com qual dos brinquedos ou brincadeiras que aparecem na tela brincaríamos no pátio externo: (cavalinho de pau, pé de lata, peteca, pião, corda, bambolê).

            Depois de lermos as entrevistas que foram realizadas com os pais nas semanas anteriores e dialogarmos sobre o que eles gostavam de brincar quando crianças, cada criança ilustrou com desenho a brincadeira na folha que seus pais preencheram.
            

Foi organizado no espaço exterior da instituição as casas que foram pintadas pelas crianças na cartolina e expostas as telas já trabalhadas no varal. Recebemos então os familiares, os quais foram convidados através de bilhetes, para virem ao Cmei e brincarem com as crianças assim pude finalizar meu projeto representando a tela “Crianças na praça’ juntamente com familiares, filhos e brinquedos.





Avaliação

            No decorrer da elaboração e cumprimento das nossas vivências procurei dar concretude as palavras de Vigotski (2003, p.239):

“A beleza deve deixar de ser uma coisa rara e própria das festas para se transformar em uma exigência da vida cotidiana, e o esforço criativo deve impregnar cada movimento, cada palavra e cada sorriso da criança...”

Nossas crianças passam parte significativa de seus dias em nossas instituições e merecem ações e espaços que remetam a uma realidade diferente da que vigora na atualidade, que se contraponha a miséria intelectual, levando-os a experienciarem e apreenderem o que se produz de mais elaborado pela cultura humana oportunizamos que estes possam se tornar agentes do processo histórico, não apenas meros expectadores. Os espaços educativos devem ser organizados para que as crianças desenvolvam os sentidos estéticos e vivenciem experiências significativas em seu cotidiano condição essencial à aprendizagem e ao desenvolvimento infantil, segundo assinala Blagonadezhina (1969, p.375):

“As principais vivências estéticas se manifestam na satisfação que a criança sente quando vê objetos de cores vivas, quando escuta música...Os sentimentos estéticos da criança se desenvolvem mais quando se apresenta bons desenhos, quando se lêem versos escritos especialmente para as crianças”

Durante nossas experiências e estudos com as obras de Portinari e Ivan Cruz procurei garantir essa significação do espaço, ofertando as elaborações máximas da humanidade não somente aos escolares, mas a seus familiares e porque não também ao grupo de funcionários da instituição? Todos apreciaram e aprenderam, inclusive eu, me encantei com a grandiosidade do talento de Portinari, pintor que eu pouco conhecia, mas ao aprofundar as pesquisas aprendi o quanto contribuiu para a Arte em nosso país. Aconteceu um fato interessante durante nossas vivências, certo dia ao apresentar uma entrevista com João Cândido Portinari, Davi Vidal criança da turma de 4 a 5 anos, me perguntou como eu sabia tudo aquilo que estava explicando, eu respondi que foi “lendo que aprendi, estudando e que se eles prestassem atenção aprenderiam muitos fatos interessante com as professoras”. Em outra ocasião a mesma criança me fez os seguintes relatos: “Professora você sabia que lá na minha casa meu pai tem um perfume que se chama Portinari. Eu contei aos meus pais que quando o Portinari era criança era chamado de Candinho, que ele nasceu na fazenda de café”, acontecimentos como este me deu clareza que as crianças estavam atingindo os objetivos elaborados, pois estavam aprendendo de forma prazerosa e já estabeleciam relações e ainda transmitiam os conceitos assimilados. Não somente Davi Vidal citava fatos marcantes da vida de Cândido Portinari, quando relembrávamos sobre a biografia do expoente das artes sempre surgiam relatos: “Ele morreu porque mexia com muitas tintas”, “Ele tinha medo de espantalhos quando era criança”, “Seu primeiro trabalho ainda criança foi pintar o telhado da igreja”, “Sua neta era Denise” entre outras falas. Durante as vivências com as obras belíssimas de Ivan Cruz constatei que aprenderam brincando, as crianças conseguiam relacionar obra ao autor, comentavam que as obras de Ivan Cruz eram de brincadeiras e que em suas telas as crianças não possuíam os órgãos da face, relatavam que o pintor nasceu no Rio de Janeiro, que além de pintor é escultor, que faz escultura de “bronzeado” disse Eloise em certa ocasião, Yasmin relembrava sempre o fato que Ivan Cruz se inspirou nas obras de Portinari para ser pintor. Ouvir tais relatos me deixaram muito feliz e realizada, pois observei o quanto as crianças se desenvolveram em diversas áreas do conhecimento através das vivências que propiciei.
Obtive contato com o pintor Ivan Cruz e fiquei admirada com sua humildade, sempre respondendo prontamente minhas solicitações, além de um grande profissional, um excelente ser humano que vem se dedicando a incentivar que as crianças brinquem e se desenvolvam através dessa ludicidade. Ele se propôs a vir pintar um mural aqui conosco, quem sabe em breve?
Durante as vivências que elaborei algo que levei em conta além dos resultados foram os “processos” os meios que as mesmas seriam proporcionadas para alcançar determinados objetivos, por isso pesquisei diversas maneiras de trabalhar determinado brinquedo focando em diversas áreas do conhecimento, tudo isso lembrando as palavras:

“A avaliação deve se ocupar dos processos e não dos resultados”
(Bondioli e Sario, 2015)

Tais vivências também possibilitaram contribuir para a participação na produção histórica por parte dos familiares que atenderam prontamente nossas solicitações e retomaram o diálogo com seus filhos, pois as vivências envolveram a todos os componentes do convívio familiar das crianças, que conversavam e relatavam o que aprendiam, assim os brinquedos de seus pais, avós passaram a fazer parte de seu cotidiano, essa interação foi possível através desse trabalho de resgate do brincar, deste Brincar com intencionalidade, o qual estimula a criança em várias dimensões, como a intelectual, a social e a física, pois a brincadeira a leva para novos espaços de compreensão que a encorajam a prosseguir a crescer e a aprender.
Ao observar e registrar consegui constatar o quanto cada vivência e experiência contribuiu para o processo de formação e transformação de nossas crianças, e de minha pratica também, dessa forma a teoria histórico cultural  sempre nos faz refletir e aprimorar nossas ações, através de estudos para poder propiciar as nossas crianças um ensino de qualidade e buscar o que há de mais elaborado e primoroso, pois não podemos ser só transmissores do conhecimento cabe a nós sermos provocadores, buscando novas propostas novas elaborações, novos saberes e assim proporcionaremos a ruptura do senso comum. 
“Deixar as crianças reféns de sua própria espontaneidade é, ao mesmo tempo, permitir que se aprisionem nos seus próprios limites”.
(Martins,2010.p.78)


 Projeto elaborado e desenvolvido por Marcela de Lima Correa

Relato das práticas desenvolvidas, a partir dos pressupostos da Proposta Pedagógica da Rede Municipal de Ensino de Telêmaco Borba. no ano de 2018. Categoria: 0 a 5 Anos PRÊMIO PROFESSOR PAULO FREIRE “A TEORIA DO CONHECIMENTO VIVENCIADA NA PRÁTICA.” 



















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