"Brincar com intencionalidade: Momentos de uma Educação Humanizadora inspirados na obra de Candido Portinari e Ivan Cruz"
Procuramos
promover o envolvimento de todas as professoras das turmas, crianças e demais
profissionais da educação que trabalham na instituição, inclusive dos
familiares que colaboraram enviando as solicitações que foram enviadas e
participando em diferentes vivências que foram organizadas como estratégias
para uma educação humanizadora.
Justificativa:
Um dos principais objetivos que elenquei ao
planejar nossas vivências humanizadoras era que as mesmas se estendessem e
fossem propiciadas aos familiares e comunidade, isso por si só gerava
obstáculos, pois os pais em geral são acostumados que no contexto da atualidade
os mesmos recebam convites quando da necessidade de diálogo, para tratar
questões negativas. Porém com intervenções da cordenação conseguimos realizar e
planejar estratégias de aproximação e integração com os familiares das
crianças. Pensando em criar espaços de participação coletivos passamos a
compreender a necessidade de vínculos, estabelecendo e fortalecendo uma
relação, para que estes compreendessem a instituição como tempo e espaço para
aprendizagem e desenvolvimento, confirmando as palavras de Oliveira:
“requer estreitar as relações
entre escola e comunidade e substituir o paternalismo ou distanciamento, porventura
existentes, pelo diálogo e o reconhecimento mútuo”.
(Oliveira,
2011, p.176)
No decorrer do ano conseguimos ter grande
êxito em conseguir a participação ativa dos familiares em nossas vivências que
eram planejadas com a colaboração dos mesmos, esse processo de interação
constitui questão central no processo educativo, pois segundo Makarenko (1981),
a essência do trabalho educativo está na organização da família e da vida da
criança, bem como os exemplos que são apresentados em sua vida pessoal e
social, o que se aplica a todas as crianças independente de sua idade.
Além da dificuldade da interação
família/escola outra questão que na atualidade é mais corriqueira é o fato da
tecnologia estar cada vez mais nas “mãos” de nossas crianças, é normal hoje as
mesmas possuírem celulares e tablets e não brincarem que é tão fundamental na
primeira infância e no desenvolvimento do adulto. Através do brincar a criança
se apropria de importantes conceitos para seu desenvolvimento, conhecimentos
necessários ao seu convívio social, os quais possibilitam a apropriação
cultural por meio de práticas de movimento.
“Brincando
em atividades de intensa movimentação corporal, a criança desenvolverá os seus
diferentes aspectos, inclusive físicos e motores e, ao mesmo tempo, poderá ser
levada a entender que esses movimentos têm significados, pois se manifestam com
objetivo de expressão e comunicação.”
(Garanhani e Nadolny, 2011 p.70)
Foi
pensando nisso que planejei vivências que incentivassem os familiares a
brincarem com suas crianças, que relembrassem a eles também suas infâncias,
possibilitando o resgate da cultura através de vivências lúdicas, conhecimento
de brinquedos, brincadeiras, cantigas que hoje não fazem parte do mundo
infantil e vem sendo esquecidos na vida cotidiana, neste sentido garantimos à
criança a capacidade de atribuir um sentido pessoal ao que já conhece, gerando
novas apropriações e aprendizados que são promotores do desenvolvimento de sua
consciência, e humanização.
As brincadeiras foram utilizadas como recurso
de aprendizagem, para favorecer e instrumentalizar a ação educativa visando
promover à socialização, a criatividade, a imaginação. Integrando-as a nossa
rotina, tais vivências sempre foram efetivadas através da mediação da
professora, que realizava as necessárias intervenções, tudo isso pautando-se
nos escritos da Teoria Histórico-Cultural, referencial que nos permite compreender
que a criança, ao nascer, apreende o aspecto humano quando se apropria das
máximas elaborações humanas. Todavia, não basta que esteja exposta ao conjunto
de objetos da cultura: a mediação do adulto é fundamental a apropriação da
cultura pelas novas gerações (Vigotski,2001; Leontiev, 1978; Luria, Leontiev,
2016).
O brincar com intencionalidade nos permitiu
possibilitar vivências bem elaboradas, prazerosas, curiosas, diferenciadas, de
qualidade, ricas em conteúdo que garantissem a objetivação, ou seja, a
expressão da criança de tudo aquilo que aprendeu.
Consideramos a faixa etária de todas as turmas
ao planejar as vivências, propondo que as mesmas fossem intencionalmente
repletas de sentido e significado para a constituição das crianças enquanto sujeitos
históricos e em uma concepção emancipatória, para isso de acordo com a turma as
estratégias foram reorganizadas. Esse entendimento é reafirmado por
Blagonadhezina (1969) que sustenta que tudo que se apresenta as crianças deve
ser de especial qualidade, pois os sentimentos e as emoções são expressão da
vivência, da relação com os objetos e fenômenos que cercam as crianças. Davidov
(1988) também defende uma organização especifica diante das faixas etárias onde
se deve tornar possível o contato com a arte, com as brincadeiras, músicas,
cantigas de roda e obras literárias. Essa organização é essencial para a
sistematização do ensino e sua relação direta com o desenvolvimento psíquico.
Objetivo Geral
-
Garantir uma Educação Humanizadora propiciando ao grupo de crianças e
familiares o contato com o que há de mais elaborado nas produções humanas.
Objetivos Específicos
-
Valorizar
o brincar com intervenções educativas;
- Apreço a
arte;
-
Conhecer a biografia de expoentes das artes plásticas;
-
Reconhecer a história de brinquedos e brincadeiras;
-
Aprender regras de diferentes jogos;
-
Realizar diferentes possibilidades de brincadeiras com diferentes brinquedos,
fugindo do tradicional;
-
Compor brinquedos com materiais alternativos ou recicláveis;
-
Incentivar os familiares a brincarem com suas crianças;
-
Garantir a colaboração da família em diferentes vivências na instituição;
-
Resgate do brincar, oportunizando situações onde a mesma possa explorar o
ambiente
com atitude de curiosidade, percebendo-se como integrante do
meio;
-
Ampliar vínculos afetivos;
-
Possibilitar o desenvolvimento da comunicação e socialização;
-
Expressar suas ideias, sentimentos, necessidades desejos e avanços no seu
processo
de elaboração de significados;
-
Manusear, conhecer e brincar com brinquedos tradicionais que pertencem ao
patrimônio histórico cultural;
-
Aprender a origem de brinquedos;
-
Aprender a compartilhar brinquedos;
-
Realizar tentativas de acompanhar diferentes músicas com gestos;
-
Identificar cores;
-
Brincar em grupo ou em jogos cooperativos;
-
Fazer uso de diferentes palavras ao se comunicar;
-
Obter noção de contagem, de posições e sentidos;
-
Ampliar possibilidades físicas e motoras explorando diferentes possibilidades
corporais;
-
Conhecer parlendas e cantigas de roda;
- Elaborar
desenhos a partir de situações vivenciadas (brincadeiras);
-Desenvolver
com as crianças jogos cooperativos, explicando a elas que nestes jogos todos
tem um objetivo comum.
-
Favorecer vivências como quebra cabeça Tangram.
-
Obter noção de cuidados com seres vivos;
-
Relacionar obra ao pintor;
-
Elaborar diferentes esculturas do animal gato;
-
Fabricar massa de modelar;
-
Modelar escultura;
-
Desenvolver equilíbrio durante brincadeiras com pé de lata;
-
Compor Peteca com o auxilio dos familiares;
-
Realizar registros com fotos inspirados nas telas dos expoentes Cândido
Portinari e Ivan Cruz;
-
Conhecer precursor do brinquedo peteca
Referencial
teórico
“(...) a criança assimila esse mundo, a
cultura humana; assimila pouco a pouco as experiências sociais que essa cultura
contém os conhecimentos, as aptidões e as qualidades psíquicas do homem. É essa
a herança social. Sem dúvida a criança não pode se integrar a cultura humana de
forma espontânea. Consegue-o com a ajuda e a orientação do adulto no processo
de educação e ensino...
(Mukhina, 1996, p.40).
Pautando-se em estudos e preceitos da Teoria
Histórico-Cultural, enquanto referencial teórico capaz de instrumentalizar a
ação docente para maximizar o processo de ensino e aprendizagem, é possível compreender
por meio de reflexões o papel do educador como sendo crucial neste processo,
onde todas as ações que realiza pode ser ou não promotoras do desenvolvimento.
Segundo Leontiev (1978) à medida que a sociedade avança, mais relevante é o
papel específico da educação e mais complexa é a tarefa da escola, meditando
nessas palavras o professor deve garantir uma educação assertiva, mas
primeiramente deve sair de sua zona de conforto, da mesmice e através de
estudos, buscando formações, garantir uma educação efetiva e humanizadora.
Cabe salientar aqui a importância da Educação
Infantil, e a responsabilidade que nos é apresentada assumindo essa função, é
nela que por meio da interação com o meio e com o adulto mais experiente a
criança estabelece formas de comunicação com o mundo, amplia sua capacidade de
aprender e inicia o domínio da linguagem, sendo capaz de socializar novas
formas de pensar e agir com as pessoas, promovendo assim seu desenvolvimento
integral conforme defende a teoria. Segundo Vigotski os primeiros anos de vida,
São
fundamentais para o desenvolvimento humano, porque neles ocorre a formação das
estruturas do psiquismo humano, sobre o qual se desenvolverão as estruturas
superiores do pensamento, decorrentes das relações estabelecidas da criança com
o mundo exterior;
(Vigotski,
1996, p.299)
A aprendizagem deve ser capaz de despertar
sentimentos não somente nas crianças, mas nos docentes também, interesse,
curiosidade e prazer estão entre estes, pois assim haverá desenvolvimento e
escolares e docentes passarão a figurar enquanto agentes do processo histórico
e não meros expectadores, sendo capazes de compreender a realidade em seu
entorno e superá-la.
Os momentos que as crianças permanecem na
instituição educativa devem ser pensados e ordenados com ações intencionais e
planejadas, na intenção de favorecer seu pleno desenvolvimento. A Educação
Infantil segundoGaranhani
e Nadolny deve oportunizar aprendizagens que: garantam autonomia e identidade
corporal, interação com o meio pela socialização, ampliação do conhecimento de
práticas corporais. A integração dessas aprendizagens é garantida através da
brincadeira, pois “brincando, as crianças desenvolvem sua imaginação, seu
pensamento, sua corporeidade, sua afetividade e capacidade de se relacionar com
o outro de forma ética” (Batista, Buffon, Vitório, 2013 p.27).
A brincadeira é uma estratégia que
possibilita que a criança desenvolva suas funções psicológicas superiores como
percepção, memória, atenção, desempenhando assim um papel de referência na
constituição desse sujeito. As brincadeiras devem estar inseridas em nossa
prática pedagógica, em nossa rotina, porém não é o brincar por brincar, deve-se
sempre lembrar que além de objetivos pressupostos deve haver sempre a mediação
a intervenção do educador que garanta que os objetivos sejam alcançados. É
brincando que a criança conhece o ambiente que o cerca, aprendem quase tudo que
necessita saber para sua vida adulta, descobre o mundo a sua volta e aprende a
interagir com ele.
Leontiev (1978) defende a apresentação do que
há mais aprimorado em todas as áreas do conhecimento e das artes,
potencializando assim as capacidades de memória, percepção e senso estético. Nos
momentos de aprendizagem e apresentação das máximas elaborações humanas de
forma intencional relacionei o brinquedo à Arte, a qual é uma das estratégias
de ensino capaz de maximizar o processo de aprendizagem das crianças.
Referenciando o trabalho docente envolvendo brincadeiras com expoentes da arte
foi possível garantir que as crianças percebessem que o brinquedo não existe
por si só, que há uma história, um contexto em como foi criado e que perdura
através de gerações a criança assimilar isso é extremamente importante, pois Vigotiski
defende que o desenvolvimento da criança encontra-se, intrinsecamente
relacionado a apropriação da cultura, a qual implica a participação ativa da
criança na mesma. Nesse processo de apropriação da cultura “não só a criança
assimila a produção cultural e se enriquece com ela, como a própria cultura
reelabora em profundidade a composição natural de sua conduta e dá uma
orientação nova ao curso do desenvolvimento”.
Vale salientar que ao relacionar o BRINCAR,
direcionar e englobar o ensino de Artes em meus planos de trabalho contemplei o
aspecto normativo da LDB (Brasil, 1996), que em seu Artigo 26, parágrafo 2°
estabelece: “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório,
nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento
cultural dos alunos”. As DCN’s como documento orientador também prevê promover
o relacionamento e a interação dos escolares com diversificadas manifestações
de música, ARTES, cinema, dança teatro entre outras (BRASIL, 2010).
Pensando nas palavras da pesquisadora russa
:“Se
a vida da criança está organizada, a sua memória enriquece-se com um conteúdo
útil, que se vai acumulando sucessiva e gradualmente. Amplia-se o seu horizonte
e formam-se o espírito observador e inquisitivo. O seu raciocínio forma-se não
só através de tipos especiais de atividade, nas brincadeiras, no trabalho ou
nas aulas, mas também na vida quotidiana em que sua mente tem que trabalhar
ativamente para compreender o grande número de fenômenos inesperados e as
constantes dificuldades que lhe surgem no dia a dia.”
(Liublinskaia,
1973, p.23-24)
A
arte em nossas vivências passou a assumir função primordial no processo de
formação e aprimoramento dos sentidos, sendo levada ao cotidiano do grupo de
crianças e comunidade, em todos os espaços da instituição a cada trabalho que
realizávamos inspirados nas belíssimas telas dos expoentes Cândido Portinari e
Ivan Cruz organizávamos painéis para exposição. Desta maneira foi possível
viabilizar de maneira mais efetiva o acesso das crianças ao conhecimento
produzido e sua participação na produção histórico-cultural.
Em nossas vivências contamos com a
colaboração dos familiares das crianças que assumiram seus papéis junto com a
escola que são distintos, porém complementares nesse processo de humanização
dos sujeitos.
RELATO
BRINCAR
COM INTECIONALIDADE
“A
brincadeira enquanto atividade intencional e planejada no ambiente educativo
representa um momento rico de aprendizagem e significados para as crianças à
medida que estabelece relação entre imaginação e realidade” (Teoria
Histórico-Cultural e realização de intervenções pedagógicas humanizadoras:
conquistas de professores e crianças na educação infantil do município de
Telêmaco Borba- Pr, 2016).
Através de estudos sobre a vida e as obras dos
expoentes das artes plásticas “Cândido
Portinari e Ivan Cruz”, desenvolvi um trabalho focado no resgate de
brinquedos e brincadeiras, através da arte procurei ampliar o repertório das
brincadeiras de nossas crianças.
Objetivando valorizar o brincar com intervenções
educativas, o apreço a arte e propiciar o contato com o que há de mais elaborado
numa educação humanizadora para nossas crianças a cada planejamento que
envolvia uma brincadeira ou brinquedo apreciávamos uma tela que abrangia o
mesmo, então conhecíamos dados da biografia de seu pintor, analisávamos a
história de tal (brinquedo ou brincadeira) aprendíamos como se brinca e as
regras se fosse um jogo, também observávamos a possibilidade de realizar
brincadeiras diferentes com determinado brinquedo, evitando assim somente o
tradicional, reconhecíamos seus momentos históricos diversos, buscando assim
relação entre o passado e o presente e para concluir cada estudo sugeria a composição do brinquedo
que fora estudado, utilizando materiais alternativos.
Outro objetivo que elenquei foi incentivar os familiares
que brincassem com seus filhos, elaborei estratégias para trazer os mesmos até a
instituição para que colaborassem em diferentes vivências, oportunizando assim
que os familiares juntamente com suas crianças pudessem conhecer e apreciar o
que há de mais rico nas produções humanas.
“Quanto mais a criança viu, ouviu
e vivenciou, mais ela sabe e assimilou; quanto maior a quantidade de elemento
da realidade de que ela dispõe em sua experiência- sendo as demais
circunstâncias as mesmas -, mais significativa e produtiva será a atividade de
sua imaginação.” (VIGOTSKI,2009)
Com as crianças de faixa etária pequenas, (0
aos 2 anos), disponibilizei as telas em lugares estratégicos da sala e ao
alcance das mesmas, aguardava
que as crianças realizassem diálogos sobre as obras, ou seja, que nomeassem,
ou realizassem tentativas de imitar o que estava sendo apreciado. Oportunizei que
os mesmos observassem como se
realizavam as brincadeiras, utilizando recursos como: caixas didáticas “Brinquedos e Brincadeiras” e vídeos com
demonstrações.
Com as crianças maiores (dos 3 aos 5 anos)
aprofundei os estudos, além de apreciar as belíssimas obras de arte conheciam
dados importantes da biografia dos pintores das mesmas, assegurando-lhes dessa
maneira o que há de mais elaborado.
“É
importante que o professor na Educação Infantil elabore estudos e pesquisas com
as crianças sobre os conhecimentos relacionados aos jogos, brinquedos e
brincadeiras que fazem parte da cultura humana, com a finalidade de desenvolver
com as crianças o estudo cientifico e as vivências das diferentes
possibilidades com o brincar. Desta forma o professor e as crianças se
envolverão com os aspectos históricos dos jogos, brinquedos e brincadeiras, com
as diferentes composições existentes do brinquedo como as variações em relação
a forma de brincar” (Caderno Pedagógico da
Educação Infantil, 2016, p.9).
A primeira tela que foi elemento de nossos
estudos foi “Sonho- 1938”, obra do
pintor Cândido Portinari, ela
inspirou nossas vivências envolvendo o brinquedo cavalinho de pau. Foi possível
trabalhar vários conteúdos de diferentes áreas do conhecimento, na Linguagem
oral e escrita conhecemos o poema “Ouve
só” de Maria Mazetti através de
desenhos o ilustramos, ouvimos áudios contendo sons do animal, ouvimos as
músicas “Sons com a boca” composição
de Maive D. Ardnt, “Cavalos do Rei” do CD Fazendo Músicas
com crianças, então solicitei que as crianças tentassem reproduzir os sons e acompanhassem
os gestos das músicas.
Sons com a Boca (Maive
Duarte Arndt)
Cavalinho faz assim
(galope do cavalo com a língua)
A pipoca estoura assim
A pipoca estoura assim
(som com os lábios)
Gosto de beijinho assim
Gosto de beijinho assim
(beijinhos)
Mas agora vou fazer com a bochecha assim
Mas agora vou fazer com a bochecha assim
(aperta a bochecha cheia)
Com os
conteúdos de Linguagem corporal foi possível reconhecer e brincar com este
brinquedo, estimulando assim lateralidade, equilíbrio e outros movimentos.
Aprendemos com os conteúdos de Natureza e
Sociedade sobre especificidades deste animal, características de seres vivos,
observamos imagens de diferentes raças do mesmo, através da caixa didática “Animais” notamos as
características do equino, assistimos a vídeos com imagens dele se alimentando,
seu habitat, onde vive (estábulo), suas especificidades (passeio, transporte,
hobby), dialogamos sobre quem o conhece pessoalmente, sobre do que se alimentam
(grama, ração), sua fêmea (égua), seu filhote (potro) e sobre alguns termos
envolvidos com ele (relinchar, galopar,
trotar etc).
Após foi disponibilizado para manuseio alguns utensílios
que envolvem o animal: cela, chapéu,
berrante, chicote entre outros e aprendemos sobre suas utilidades.
Durante a apresentação dos acessórios a
criança Murillo da turma de 03 anos, reconheceu que o berrante era feito do
chifre do boi.
Organizei um espaço com diferentes animais de
borracha para que as crianças tentassem procurar cavalos e imitassem os sons que o mesmo produz,
em seguida brincamos no gramado de alimentar os “animaizinhos” com grama.
Para representar o animal os menores utilizaram o carimbo das mãos e desenho, os maiores utilizaram a técnica de colagem de pratos descartáveis, os quais foram pintados em momento anterior na cor marrom, com guache e lã.
As crianças da turma de lactentes prontamente reconheceram a figura do animal nos cadernos que fora feito com o carimbo das mãos, alguns o nomearam corretamente outros o chamavam de pocotó.
Para concluir, utilizando garrafa pet que fora preenchida com papel crepom marrom pelas crianças foi feita a composição de um cavalinho de pau, os mesmos coloram os órgãos da face no brinquedo e após brincarmos na instituição, cada um pode levar o brinquedo para sua casa.
Nossas vivências passaram então a ser inspiradas na tela “Menino com pião- 1947”, as mesmas foram organizadas de acordo com a faixa etária das turmas, todos tiveram contato com o brinquedo que faz parte do patrimônio histórico, desde os pequenos da turma de lactentes, que apesar de ainda não conseguirem lançar o brinquedo da maneira correta, conseguiram obter noções de qual o movimento que o brinquedo realiza, manusearam para identificar o material que é confeccionado e aprenderam a identificá-lo. Após apreciarmos a obra exposta realizamos diálogos sobre os elementos presentes na mesma, primeiramente destaquei o elemento chapéu e a partir do mesmo brincamos com as cantigas de roda: “O meu chapéu tem 3 pontas” e “Marcha soldado”, após assistimos vídeos com as coreografias e realizamos tentativas de executar tais movimentos.
O meu chapéu tem três pontas (Cantigas populares)
O meu chapéu tem três pontas
Tem
três pontas o meu chapéu
Se
não tivesse três pontas
Não
seria o meu chapéu
Para a apresentação do brinquedo, em outro
momento, foi utilizado o
recurso caixa surpresa, estimulando
assim o tato e a imaginação das crianças.
Após esse reconhecimento do pião, através da
ficha da caixa didática “Brinquedos” foi
possível reconhecermos as características do brinquedo, a maneira de brincar, então
assistimos a vídeos informativos nos orientando como enrolar o pião e o lançar.
Inspirado na tela foi realizado um registro com
foto, onde as crianças imitavam a postura do menino da obra de arte, com os
elementos presentes na mesma, foram utilizados: pião, camisa preta, chapéu de
jornal e uma cartolina com o desenho de uma cadeira a qual foi pintada
anteriormente. As fotos foram expostas em um painel no espaço interno da
instituição contribuindo para agregar cultura aos familiares, pois poderiam
conhecer uma das obras do maior pintor que nosso país já teve.
No desenho da tela somente com contornos as
crianças coloriram e colaram a dobradura de um chapéu de jornal.
Através do vídeo “Traçando Arte- Cândido Portinari” (https://www.youtube.com/watch?v=Obz0gSEvm2Y) as
crianças observaram o que é um museu, apreciaram outras telas de Portinari e
relembraram fatos da biografia deste artista.
Por meio de pesquisas aprendemos que além de
pintor Cândido Portinari também escreveu alguns poemas, então conhecemos o
poema: “O menino e o povoado” (Não
tínhamos nenhum brinquedo), foi destacado o fato que antigamente os brinquedos
eram confeccionados pelas próprias crianças, poucos tinham condições de comprar,
então decoramos com desenho este poema e observamos imagens e alguns piões
confeccionados com reciclagem.
O
Menino e o Povoado [Não Tínhamos nenhum brinquedo]
Não
tínhamos nenhum brinquedo
Comprado. Fabricamos
Nossos papagaios, piões,
Diabolô.
A noite de mãos livres e
pés ligeiros era: pique, barra-
manteiga, cruzado.
Certas noites de céu estrelado
E lua, ficávamos deitados na
Grama da igreja de olhos presos
Por fios luminosos vindos do céu
era jogo de
Encantamento. No silêncio podíamos
Perceber o menor ruído
Hora do deslocamento dos
Pequenos lumes... Onde andam
Aqueles meninos, e aquele
Céu luminoso e de festa?
Os medos desapareciam
Sem nada dizer nos recolhíamos
Tranquilos...
Portinari
Comprado. Fabricamos
Nossos papagaios, piões,
Diabolô.
A noite de mãos livres e
pés ligeiros era: pique, barra-
manteiga, cruzado.
Certas noites de céu estrelado
E lua, ficávamos deitados na
Grama da igreja de olhos presos
Por fios luminosos vindos do céu
era jogo de
Encantamento. No silêncio podíamos
Perceber o menor ruído
Hora do deslocamento dos
Pequenos lumes... Onde andam
Aqueles meninos, e aquele
Céu luminoso e de festa?
Os medos desapareciam
Sem nada dizer nos recolhíamos
Tranquilos...
Portinari
A partir deste momento as crianças de 4 a 5
anos passaram a associar a tela ao seu autor, relembrando quando apresentada a
obra qual o nome do pintor. Através de vídeos observamos como se dá a
confecção de um pião de madeira e realizamos tentativas de modelar este
brinquedo com massinha de modelar.
Brincamos
de roda com a cantiga “Roda Pião” e
realizamos os movimentos que contém na música “Movimentos” do compositor Lydio
Roberto, destacando o movimento de girar (rodar).
MOVIMENTOS (LYDIO ROBERTO)
"GIRA, PULA, RODA
FAZ O CORPO BALANÇAR
MOSTRA UMA CARETA
E DEPOIS PODE SENTAR
GIRA A CABEÇA
LEVANTA OS BRAÇOS
MEXE AS PERNAS
PODE PARAR
FICA DE PÉ
LEVANTA OS OMBROS
E JÁ PODE ATÉ DANÇAR"
As crianças pintaram os piões de madeira da instituição,
após serem delimitados os espaços que deveriam ser coloridos.
Outra tela que foi apresentada e que também retrata a brincadeira com pião foi “Jogando Pião” do artista plástico Ivan Cruz, o qual tem como objetivo divulgar o lúdico, à imaginação, incentivar ao máximo o desenvolvimento de nossas crianças no feliz mundo das brincadeiras, possui mais de 100 telas com o tema “Brincadeiras de Criança”. Durante a apresentação da biografia deste pintor algo que fora destacado é o fato de que a primeira obra de arte que conheceu foi a de Portinari em sua fase geométrica.
Para realizar a representação da obra, em semanas anteriores fora iniciado juntamente com as crianças a pintura de uma parede na área externa da instituição com as casas que fazem parte das telas do artista, porém naquele momento não foi exposto o porquê estávamos realizando a pintura. Então após apreciarmos a tela e observarmos a parede já pronta realizei o registro inspirado na obra onde as crianças imitavam a postura da brincadeira na tela exposta.
Observei se alguma criança relacionaria as casas coloridas pintadas na parede com as da obra do artista, as quais são uma das características evidentes de seus trabalhos. A criança Davi Vidal, turma de 4 a 5 anos ao ver a parede comentou que era “arte”.
A foto inspirada na obra de arte também foi exposta em um painel na área interna da instituição, possibilitando assim que os pais apreciassem o trabalho que vinha sendo desenvolvido com seus filhos e conhecessem mais uma obra de arte e conhecessem outro artista.
Para concluir os trabalhos com este brinquedo foi
disponibilizado tampas de amaciante e lápis de cor e solicitei que as crianças
escolhessem as cores de sua preferência os auxiliando a confeccionar um pião, brincamos com o mesmo relembrando a cantiga Roda
Pião então incentivei a brincarem com os familiares, visto que o brinquedo elaborado com reciclagem foi enviado para seus lares.
Entendendo
da importância das brincadeiras cantadas para o desenvolvimento das nossas
crianças foquei os planos de trabalho nas brincadeiras com cantigas de roda, para
isso iniciei o planejamento com a canção
de composição de Ivan Cruz: "Brincadeiras de Criança” (Interprete:
Marcos Vinicius Santa Rosa). Cada criança ilustrou uma das brincadeiras
apresentadas na música com um desenho.
“Brincadeiras
de Criança”
Esta noite eu tive um sonho...
Sonhei que brincava numa linda Praça
Um menininho, brincando, jogava botão,
Outro soltava pipa e mais outro, bolinha de sabão.
As menininhas brincavam de roda
- Terezinha de Jesus
E brincavam sem parar.
E quando acordei fui também logo brincar.
Amarelinha,
Atiradeira,
Bafo-bafo,
Bambolê.
Cambalhota,
Patinete,
Vem brincar que é pravaler!!
Toda cidade tem uma Praça
E toda Praça tem brincadeiras de criança
Ioiô
Jogo da velha,
Pião,
Peteca
E garrafão
E um monte de crianças, bagunçando de montão.
Quem nunca brincou de jogar bola de gude,
Quem não soltou balão em São João,
Não sabe na verdade a alegria de brincar,
Então vem prá cá,
Brincadeiras de Criança.
Pique esconde,
Perna de pau,
Cabra-cega,
Cadeirinha,
Finca,
Arapuca
Sai pra lá que a vez é minha!!!
Ivan Cruz
As
telas que passei a enfocar foram: “Brincando
de roda” de Ivan Cruz e “Roda
Infantil – 1932” de Cândido
Portinari inspirados nas mesmas brincamos com diferentes cantigas que pertencem ao
repertório de nosso patrimônio histórico cultural e então representamos a tela de Ivan Cruz registrando com
foto este momento diante da parede pintada com as casas das obras do pintor. Com o
brinquedo xilofone incentivei as crianças a acompanhar as canções e brincarem
de fazer as bonecas ninar com algumas cantigas.
Algumas das crianças da turma de 4 a 5 anos passaram a
partir deste momento a relacionar as obras de brincadeiras de criança ao pintor
Ivan Cruz, e após assistirem vídeos com a biografia do mesmo, Davi Vidal
comentou que Ateliê é onde se faz arte, pois observou este espaço no vídeo.
A criança Pedro, turma de lactentes ao ouvir o cd com
cantigas de roda, chamou atenção da professora ao ouvir a cantiga Roda Pião, relembrando que havia
brincado com a mesma em semanas anteriores.
Uma das cantigas que brincamos e cantamos foi
“Atirei o pau no gato” passei então
a direcionar nossas vivências na tela “Denise
com gato- 1960” de Cândido Portinari,
após apreciarmos a mesma as crianças aprenderam imediatamente o nome da neta de
Portinari. Foi disponibilizada a caixa
didática “Brinquedos”, incentivei as crianças a observar as fichas de ursos
de pelúcia, então solicitei através de bilhetes aos pais que nos enviassem a
instituição gatos de pelúcia e utilizando recorte montamos uma cartolina com
mosaico de cores para registrarmos com foto em frente a mesma, imitando a
postura de Denise.
Utilizando a caixa didática “ANIMAIS” apresentei a ficha do animal GATO as
crianças aprenderam as especificidades deste felino, cuidados necessários com o
mesmo, e tiveram a oportunidade de ter contato com o animal, que foi trazido
por uma funcionária para instituição, foram orientados para que observassem seu
pelo que o acariciassem com cuidado e ouvimos os sons que ele emite gravados em
MP3: (ronronar e miar).
Através de diálogos na roda da conversa, observei
os conhecimentos que as crianças já tinham pré-estabelecidos, realizando sempre
as intervenções necessárias, por exemplo, na turma de lactentes as crianças ao
apreciar a tela chamavam o felino de “miau”, conversando com os mesmos e
repetindo por vezes o nome do animal “gato” alguns começaram a nomeá-lo corretamente
e notei que através de incentivo os mesmos compreenderam e fizeram uso da
palavra correta. Fora listado os cuidados necessários com os seres vivos e as
crianças que não tinham algum animal de estimação em casa, tiveram a
oportunidade de cuidar por alguns momentos do gato.
Conhecemos a canção “O gato” de Vinicius de
Moraes, e apresentei alguns dados relevantes da biografia do compositor,
então utilizando palitos de sorvete, montamos um gato no caderno e com o
carimbo das mãos e dobradura, foi criada a figura do animalzinho.
Utilizando caixa de leite elaborei fantoches
de gato então foi apresentado a música “O
gato xadrez” de Elvira Drummond,
após foram disponibilizados os mesmos para que as crianças manuseassem,
nomeassem, realizassem tentativas de cantar e dialogassem sobre as cores dos
animaizinhos que contém na música.
O
GATO XADREZ (Elvira Drummond)
"Era
uma vez, um gato xadrez.
Se querem conhecer… conto a história pra vocês.
Sua mãe era uma gatinha, branca da cor de farinha.
Seu pai um gato grandão, preto da cor de carvão.
E quando nasceu o gatinho pra não ter confusão.
Não era da cor de farinha, nem era da cor de carvão.
A natureza que é sabia, vejam o que foi dessa vez,
o gato nasceu branco e preto, o gato nasceu xadrez."
Se querem conhecer… conto a história pra vocês.
Sua mãe era uma gatinha, branca da cor de farinha.
Seu pai um gato grandão, preto da cor de carvão.
E quando nasceu o gatinho pra não ter confusão.
Não era da cor de farinha, nem era da cor de carvão.
A natureza que é sabia, vejam o que foi dessa vez,
o gato nasceu branco e preto, o gato nasceu xadrez."
Após sentir as texturas e observar as figuras
geométricas da caixa didática “Figuras Geométricas”
as crianças menores utilizaram carvão para colorir um prato de papelão,
relembrando que essa técnica com esse material foi uma das utilizadas por
Portinari ao desenhar seu primeiro retrato com apenas 10 anos, os pratos foram
colados no caderno com o formato de um gato.
Para as crianças maiores apresentei o quebra
cabeça Tangram feito com cartolina e tecido xadrez e após observarem imagens de
figuras de gatos montadas com o mesmo, realizaram tentativas de montar o seu “gato-xadrez”.
Chamou muito a atenção das crianças menores a
interpretação com os fantoches, alguns deles já sabiam as cores. Os maiores
conseguiram com facilidade montar as figuras com o tangram e conheceram a
figura geométrica paralelogramo que raramente é trabalhada nesta faixa-etária.
A música “História
de uma gata” do compositor Chico
Buarque foi eleita para uma apresentação da turma de 4 a 5 anos para os
outros colegas da instituição, para tal confeccionamos em papelão alguns
instrumentos, ouvimos os sons que os mesmos emitem através de áudio em mp3.
Relacionei então as vivências com “gato” a
brincadeira Cama de gato, para
iniciar apreciamos a tela “Cama de gato”
de Ivan Cruz e após aprendemos sobre
esta brincadeira utilizando a caixa
didática “Brincadeiras”. Realizamos registro com foto inspirado na tela,
então as crianças maiores levaram para casa o barbante e através de bilhete foi
solicitado que brincassem com seus familiares e registrassem com foto este
momento e nos enviassem, propiciando aos familiares reviverem traços de sua
infância com os seus próprios filhos, com as fotos fizemos uma montagem, a qual
foi exposta em cartaz no espaço da instituição, possibilitando que os familiares
apreciassem a contribuição que fizeram naquela vivência juntamente com as
crianças.
Com as crianças de 0 a 2 anos foi adaptado a
brincadeira utilizando elástico amarrado em uma mesa, com isso tentariam passar
pelo emaranhado de fios, alguns conseguiram realizar os movimentos sem o
auxílio.
Ao observarem a tela alguns já a
identificavam como sendo de Ivan Cruz, Davi Emanuel, turma de 4 a 5 anos relatou
“que o pintor nasceu na praia” e Fernando comentou que “foi na obra de Cândido
Portinari que Ivan Cruz se inspirou”, a maioria ainda não conheciam a
brincadeira mas facilmente aprenderam e ficaram muito entusiasmados ao levar o
barbante e brincar com seus familiares.
A brincadeira cama de gato é uma brincadeira
que faz parte do repertório de brincadeira dos índios, pensando nisso passamos
a estudar o brinquedo peteca, iniciei o trabalho apresentando em vídeo a
história em quadrinhos “Peteca” de Mauricio de Souza, então organizados na
colcha roda de conversa conhecemos a biografia do cartunista e sua imagem, aprendemos a história dos gibis (história em
quadrinhos), observamos a imagem da primeira história em quadrinhos que foi em
inglês, e a primeira brasileira que foi o almanaque Tico Tico.
As crianças realizaram pseudoleitura de
gibis, os quais foram enviados para casa juntamente com bilhete solicitando que
os familiares os lessem para elas e nos enviassem a foto deste momento.
No caderno de linguagem foram realizadas tentativas da escrita da palavra “PETECA”. Utilizando diferentes fantoches as crianças foram convidadas a dramatizar na boca de cena algumas cenas do episódio.
Apreciamos a tela “Jogando peteca” do artista plástico Ivan Cruz, após relembramos alguns fatos da biografia deste grande
artista, foi realizado diálogos sobre este brinquedo, quem o conhecia e se já
haviam brincado com o mesmo, qual o material que é confeccionado e etc. Através
de vídeos as crianças observaram como se brinca, tiveram contato com o vídeo
educativo “Parece peteca, mas não é”
-Quintal da cultura. Com a caixa
didática “Brinquedos” observaram imagens e alguns dados sobre a peteca, foi
disponibilizado na caixa surpresa o brinquedo, para que as crianças tateassem e
realizassem tentativas de descobrir o que estava lá, logo após brincamos com a
peteca e realizamos tentativas de lançá-la pela base.
Convidei os familiares ou responsáveis no momento da saída em que chegavam
para buscar as crianças a se dirigirem até a parede que contém os desenhos das
casas das telas da série brincadeiras de crianças de Ivan Cruz para registrar uma
foto inspirada na obra de arte, dos mesmos brincando de peteca com as crianças.
Com isso foi realizada uma montagem com a foto e para a exposição da mesma as
crianças pintaram com giz uma cartolina grande com o desenho da tela, nesta foi
exposta as fotos de todas as crianças da instituição no espaço exterior,
possibilitando que a comunidade em geral, tivesse acesso e apreciassem esta
vivência, ao lado foi fixado a biografia de Ivan Cruz, para que conhecessem alguns elementos da vida e obra do
expoente das artes plásticas.
Utilizando as telas “Mestiço -1934” e “Descobrimento
do Brasil - 1956” do expoente Cândido
Portinari, dialogamos sobre alguns fatos da biografia deste artista e em
seguida sobre o que se apresenta nas imagens, (Índio) o qual é apontado como
sendo o precursor do brinquedo “PETECA”,
salientamos que
foram os primeiros habitantes do nosso país, apresentei uma síntese do livro “Etnias e Cultura” de Nereide Schilaro Santa Rosa onde se
encontra a história de nossas origens. Assistimos vídeos que mostram a origem
do brinquedo, como se confecciona o mesmo com palhas, assim como as
que eram fabricadas pelos índios, também assistimos “Os Indígenas- Raízes do Brasil” nos organizamos na colcha roda de
conversa e manuseamos palha e espigas de milho, descobrindo de onde vem aquele
material, em seguida como no vídeo foi confeccionada uma peteca, a qual as
crianças brincaram e manusearam.
Com a caixa didática “Seres humanos” as crianças puderam observar imagens de índios e descendentes dos mesmos, então através de diálogos foi exposto brincadeiras que fazem parte da rotina das crianças indígenas, neste momento através da caixa didática “Brincadeiras” as crianças observaram a ficha da brincadeira indígena Tobdaé, e aprenderam a brincar da mesma, a qual é uma espécie da brincadeira queimada, utilizando peteca ao invés de bola, em seguida realizamos a tentativa da brincadeira.
Outro livro que utilizei para
conhecer a história de Cândido Portinari foi “Encontro com
Portinari” de Rosane
Acedo e Cecília Aranha,
o qual faz parte da Coleção Encontro com a Arte Brasileira. Para as crianças obterem
noção do tamanho do acervo da obra de Portinari utilizando o notebook apresentei
o site “Projeto
Portinari” no mesmo é possível
encontrar muitas curiosidades sobre o artista e suas mais de 5 mil telas.
Realizamos os gestos da
música de Margareth Darezzo “Peteca”, na
mesma sugere-se diferentes movimentos com a peteca na cabeça sem deixá-la cair
(andar, correr, pular, dançar).
Foi
realizado a leitura do livro “Kabá Darebu
de Daniel Munduruku”, após as
crianças observarem as imagens do mesmo, foram convidadas a ilustrar a história,
através de desenho.
Convidamos
os familiares para participar de uma vivência com as crianças na instituição,
no qual organizamos um chá da tarde, cada dia da semana recebemos os familiares de uma turma. Durante esse momento, foram apresentadas as telas já
trabalhadas e as imagens dos pintores “Cândido
Portinari” e “Ivan Cruz”, apresentei
o vídeo com o depoimento que Ivan Cruz me enviou, no mesmo ele fala do trabalho
que venho desenvolvendo inspirado em suas telas e incentiva o brincar e que as
crianças deixem os tablets de lado, logo após nos direcionamos até o espaço nos
fundos da instituição e juntamente com as crianças elaboramos uma peteca, utilizando
TNT, jornal e barbante e todos foram convidados a brincarem com seus filhos no
gramado da instituição.
Durante as semanas que trabalhei com o
brinquedo peteca, a cada vivência, consegui observar o quão prazerosas e o
quanto fizeram sentido as mesmas para as crianças, os pequenos da turma de
lactentes, aprenderam a pronunciar a palavra peteca, e ao observar a tela Mestiço falavam índio, realizaram
tentativas de equilibrar a peteca na cabeça realizando os movimentos da música
de Margareth Darezzo, aprenderam a lançar a peteca pela base também. As
crianças da turma de 02 anos, quando perguntávamos quem criou a peteca alguns
respondiam: “O Índio”, Lunna além de falar que era o índio dizia “que a peteca
era de palha”. As crianças maiores já conseguiam destacar fatos das biografias
dos dois expoentes das artes ”Ivan Cruz” e “Candido Portinari”. Todos ficaram
muito entusiasmados com a presença de seus familiares na instituição.
Os planejamentos a partir daí foram direcionados
para a brincadeira pular carniça, ou pular cela, aproveitando o fato de que os
dois expoentes Ivan Cruz e Candido Portinari possuem telas com essas
brincadeiras e a mesma também é uma brincadeira indígena..
Foi iniciado o trabalho
apresentando o vídeo clipe: Portinari e
a Infância - Retratos da Infância, onde aparecem imagens de algumas telas
de brincadeiras tais como: pipa, pular carniça, plantar bananeira, entre
outras. Para relembrar fatos da biografia deste pintor assistimos ao vídeo Portinari - De Lá Pra Cá, no mesmo João Cândido Portinari fala de seu pai
e seu trabalho, também aparece a casa que o expoente viveu no Rio de Janeiro.
Em seguida destaquei as telas “Meninos
brincando- 1955” e “Meninos pulando carniça-
1957”, as quais aparecem no vídeo, e na área externa da
instituição tentamos realizar as brincadeiras retratadas nas mesmas (pular cela
e plantar bananeira).
Em cartolina apresentei o
desenho ampliado do tamanho de uma criança da tela “Pulando Carniça” de Ivan
Cruz e com guache a colorimos, no rosto foi feito uma abertura onde as
crianças inseriram o mesmo para registro com foto inspirada na obra.
Através do poema “Meu corpo” de Ruth Rocha, exploramos partes do corpo, incluindo os órgãos da face, os quais não são retratados nas pinturas de Ivan Cruz e para conhecer a escritora assistimos a uma entrevista com a mesma: “Ruth Rocha, 50 anos de escrita” e ao episódio do programa “Quintal da Cultura - Aniversário da Ruth Rocha”.
Brincamos de fazer os gestos da cantiga “Cabeça, ombro, joelho e pé”.
Para estimular os movimentos corporais realizamos brincadeiras com circuito delimitando o espaço a percorrer e os movimentos que deveriam ser realizados.
Passei a elaborar meu plano
de trabalho envolvendo a brincadeira “Bocudo”,
o qual faz parte do folclore brasileiro,
e que é tradicional dessas festanças, para isso apresentei as telas “Espantalho -1959” e “Espantalhos- 1941” ambas do artista
plástico Cândido Portinari.
Através de diálogos com o
grupo de crianças foi indagado quem reconhecia aquele BONECO e sua utilidade,
utilizando o livro “Encontro com
Portinari” destaquei o fato de que Portinari quando criança tinha medo de
espantalhos, os via nas plantações e tinha pesadelos com eles, mais tarde
depois de adulto pintou-os muitas vezes.
Através de vídeo clipe as crianças assistiram a música “O Espantalho” de Fagner a qual faz parte de nosso patrimônio histórico, logo após as
crianças dançaram ao som da canção. Através de
diálogos enfatizei que este pode ser um dos símbolos da festa junina, pois esta
é a festa da colheita, e que o mesmo serve para espantar os pássaros e cuidar
das plantações, por isso era um boneco que pertencia ao cotidiano de Portinari,
pois o mesmo nasceu na fazenda. Utilizando pratos de papelão e vassouras,
compomos espantalhos para a ambientação da festa que aconteceu na instituição
com a participação dos familiares.
Na área externa da instituição realizamos a brincadeira BOCUDO que é típica da festa junina, o mesmo foi produzido com caixa de papelão e com o formato e desenho de um ESPANTALHO, no mesmo as crianças tentaram arremessar as bolas dentro de sua boca, em seguida foi realizado pintura facial de um espantalho nas crianças.
No retorno do recesso de
julho, o primeiro planejamento envolveu as telas já trabalhadas, expondo elas juntamente
com as imagens de seus pintores e dialogando sobre o que representavam, quais
brinquedos ou brincadeiras. Relembramos fatos
da biografia de seus pintores, relacionando obra ao autor.
Foi disponibilizado esses
brinquedos na área externa da instituição e cada um escolheu com qual brinquedo
gostaria de brincar.
Telas: “Menino com Pião-1947”, “Sonho- 1938”, “Roda Infantil- 1932”, “Denise
com gato- 1960”, “Mestiço -1934”, “Descobrimento do Brasil - 1956”, “Meninos
brincando- 1955”,“Meninos pulando carniça- 1957”, “Espantalho -1959”,
“Espantalhos- 1941” do artista plástico Cândido Portinari e Rolando
Pião”, “Brincadeira de roda”, “Cama
de gato”, “Jogando Peteca”, “Pulando carniça”, obras de Ivan Cruz.
Utilizando o livro “Folclorices de Brincar” de Mércia Maria Leitão e Neide Duarte, o qual é ilustrado com as
telas de Ivan Cruz e contém poemas sobre brincadeiras, enfatizei a brincadeira
“Bolhas de Sabão” então através de
diálogos descobrimos quem conhecia a brincadeira ou já havia brincado com a
mesma, conversamos sobre o que há dentro das bolhas e assistimos ao vídeo clipe
da música de Vinicius de Moraes “O ar (O
vento)” brincamos de bolhas de sabão livremente pelo pátio da instituição.
Utilizando
a caixa didática “Figuras geométricas”
destaquei o formato que as bolhas possuem e para confirmar utilizamos corante
na água com sabão e sobre uma
cartolina
as crianças fizeram bolhas de sabão colorida, quando as bolhas estouravam
formava-se a figura círculo, esta mesma cartolina serviu de suporte para a
exposição das fotos que foram registradas na parede que contém as casas das
telas de Ivan Cruz e inspirada na mesma.
Foi
oportunizado que as crianças apreciassem imagens de Telas em que Artistas
Plásticos representaram a brincadeira “Bolha de Sabão”.
As crianças pequenas demonstraram curiosidade nesta vivência, tentaram assoprar, mas optaram por estourar as bolhas. Na turma de 2 anos gostaram muito da brincadeira e conseguiram reconhecer as cores que foram utilizadas nas bolhas coloridas. A criança Lunna relatou que as bolhas são círculos.
Conhecemos o livro “Brincantes Poemas” de César
Obeid, o qual retrata através de figuras e poemas diferentes brincadeiras apresentei
o poema Sapato de lata que era uma
das brincadeiras que as crianças ainda não haviam tido contato. Através de
bilhetes solicitei latas aos familiares e iniciamos as vivências com este
brinquedo, que é muito interessante, pois não tem custo algum.
Após
conhecerem o poema e o ilustrarem, apresentei a caixa didática “Brinquedos”, com a ficha do pé de lata as crianças
puderam observar e assimilar como se brinca então assistirmos vídeos de
crianças brincando, após solicitei para que tentassem subir, se equilibrar e
andar sobre as latas.
As crianças puderam então conhecer a tela “Pé de lata” que é mais uma das obras
da série Brincadeiras de Criança de Ivan Cruz, realizamos o registro de uma
foto inspirada na obra de arte. Após apreciarmos a obra assistimos vídeos e
demonstrei, passo a passo de como confeccionar este brinquedo.
Disponibilizei o desenho da tela para que as
crianças colorissem com lápis de cor, solicitando que pintassem dentro dos
contornos e utilizassem muitas cores como as telas do artista plástico.
Em outro momento ao planejar, lembrei
que em uma das primeiras apresentações do artista plástico Ivan Cruz ao comentar que ele era também escultor, a criança
Yasmin, da turma de 4 a 5 anos, perguntou como se fazia esculturas de bronze,
então encaminhei o plano de trabalho para este tema, no qual apresentei a
imagem da escultura da brincadeira que estávamos conhecendo. As crianças
apreciaram imagens e assistiram vídeos com esculturas que são feitas por Ivan Cruz em diferentes tamanhos. Para
aprender como se faz esculturas em bronze assistimos alguns vídeos que
apresentam escultores realizando seus trabalhos. Para concluir assistimos ao
episódio: Vila Sésamo - Esculturas de
Argila.
Com a colaboração das crianças menores foi
feito massa de modelar comestível e solicitei que realizassem a tentativa de
modelar aquele brinquedo, ou brincadeira, com os maiores, foi disponibilizado a
massa de modelar normal e eles foram instigados a modelar a escultura da
brincadeira, após receberam cartolinas cortadas em diferentes figuras
geométricas e colaram suas modelagens, assim o trabalho ficou em 3D.
Apresentei a possibilidade de outra brincadeira com as latas, disponibilizei
as fichas da caixa didática “Brincadeiras” com imagens e orientações de como se
brinca de “Tomba latas” ou “Bola na lata” em seguida foi solicitado
as crianças que empilhassem as latas e organizados em fila cada um teve a
oportunidade de realizar tentativas de jogar uma bola e derrubar as latas.
Concluindo os trabalhos com esta brincadeira,
foi solicitado para que as crianças das turmas de 3 e 4 a 5 anos, colaborassem
na composição do seu brinquedo, disponibilizei papel contact colorido recortado
com diferentes formatos ou figuras, letras iniciais do nome das criança para a
decoração das latas que foram coletadas.
Para a maioria das
crianças a brincadeira foi novidade, ao disponibilizar as latas para as
crianças de lactentes e 02 anos o que lhes chamava mais atenção era empilhar as
mesmas. Demonstraram dificuldade de subir nas latas, porém conseguiam se equilibrar
e alguns tentavam trocar passos, aprenderam a nomear a brincadeira com
facilidade, no qual percebi a apropriação desse conhecimento em outros momentos
quando observaram a tela novamente.
As
crianças maiores, não reconheceram aquela brincadeira, mas conseguiram brincar
com desempenho e autonomia, prestaram atenção na explicação sobre escultura e
conseguiram dar formas bem definidas e parecidas a escultura do artista
plástico.
O
próximo brinquedo que foi evidenciado nos planos de trabalho foi a corda, a
partir do mesmo reafirmei e continuei a incentivar os movimentos corporais do
grupo. Utilizando as caixas didáticas
“Brinquedos” e “Brincadeiras” as
crianças observaram imagens de como se brinca, em seguida apresentei o poema “Pular corda” do livro “Brincantes Poemas” de César Obeid, e solicitei que fossemos
até a área externa da instituição onde distribui cordas para que as crianças, então
passei a observar qual o movimento estes fariam com as mesmas.
Apreciamos a tela “Pulando corda”
do artista plástico Ivan Cruz, e
através de diálogos observei quem já relacionava a obra ao pintor da mesma, em
seguida registrei com foto inspirada na tela, diante da parede pintada com as
casas das obras, as crianças tentando pular corda como na pintura.
Assistimos
ao vídeo clipe: Palavra Cantada/
Brincadeiras de Corda/ Pauleco e Sandreca- Pulando a Cobra, em seguida as crianças
observaram imagem da brincadeira Cobra
com corda da caixa didática “Brincadeiras”,
após tentaram brincar. Conheceram o poema do livro Brincantes poemas de César
Obed com o mesmo título da brincadeira.
Concluindo foi apresentado outra
possibilidade de brincadeira com a corda, assistimos o vídeo Cabo de guerra- Turminha do jardim e
para aprender as regras da brincadeira utilizamos a ficha da caixa didática “Brincadeiras”, logo
após brincamos na área externa da instituição com este jogo. Após apresentei o
poema Cabo de Guerra do livro Brincantes poemas de “César Obed” e em
seguida inspirados no mesmo solicitei que as crianças tentassem o ilustrar em
seus cadernos através desenho.
As
crianças demonstraram muito prazer em brincar com corda, algumas já haviam
brincado, desde a turma dos 2 anos já conseguiram reconhecer o autor Ivan Cruz nas obras que estávamos
trabalhando, aprenderam os detalhes das mesmas (brincadeiras, casas coloridas,
crianças sem face). As crianças maiores se divertiram muito brincando de cabo
de guerra, durante aquele momento de competição.
O próximo brinquedo que fez
parte de nossas vivências foi o Bambolê.
Para iniciar os trabalhos proporcionei para apreciação a
tela “Crianças na Praça” - Ivan Cruz, através
de diálogos as crianças apontaram quais as brincadeiras estão retratadas ali,
relembraram as quais já realizaram na instituição, para isso observaram seus
portfólios com imagens das fotos que foram inspiradas nas telas de Ivan Cruz e
Cândido Portinari. As crianças relataram quais as brincadeiras que mais
gostaram e o que lembravam se das histórias de cada brinquedo.
Para
evidenciar o brinquedo bambolê, primeiramente
utilizei as caixas didáticas: “Brinquedos”
e “Brincadeiras”, para crianças observarem diferentes
imagens de brinquedos ou brincadeiras relacionando as mesmas com a tela Crianças na Praça. Em seguida destaquei
a ficha com a brincadeira e com o brinquedo “Bambolê”.
Após apresentar a tela “Bambolê”
- Ivan Cruz e apreciar a mesma, todos foram convidados a representá-la com
foto na parede com a pintura das casas das obras de Ivan Cruz.
Para compor o ambiente e expor as fotos
inspiradas na tela, encapei o brinquedo com TNT e os mesmos foram fixados em
diferentes pontos para que os familiares apreciassem a vivência de suas
crianças.
As crianças foram incentivadas a realizarem
tentativas de bambolear, com o brinquedo em diferentes partes do corpo
(cintura, perna, braço, pescoço) imitando os movimentos propostos.
Foram realizadas brincadeiras que estimulavam a obter noções de espaço
tais como: dentro e fora, ao lado etc., brincaram de coelhinho sai da toca e
amarelinha com os mesmos.
Assistimos ao clip Planta
bambolê- Palavra cantada e vídeos de crianças brincando com este brinquedo,
então foi amarrado o bambolê em um lugar alto e colocado um colchonete e
orientado para que as crianças passassem pelo mesmo e tentassem pular no
colchonete, movimentando as partes do corpo.
Apresentei a caixa didática “Figuras geométricas”, após
dialogarmos sobre as figuras e relacionarmos a elementos presentes em nosso
ambiente, inclusive destacando a forma do bambolê, foi distribuído os blocos
lógicos e sugerido que tentassem classificar as formas tentando montar diferentes
figuras de acordo com o ambiente.
No pátio externo brincamos de um jogo cooperativo que
possui as seguintes regras: após formarmos uma roda com as crianças de mãos
dadas e com o bambolê entre os braços, os mesmos deveriam realizar tentativas
de passar o bambolê sobre o corpo sem soltar as mãos.
Após apresentar a ficha do jogo “Basquete” que contêm na caixa didática “Brincadeiras” e
dialogarmos sobre o jogo, sua história, como se brinca, e as regras do mesmo. Direcionamo-nos
até o gramado da instituição e amarramos o bambolê em uma árvore, o qual foi a
tabela do jogo e as crianças realizaram tentativas de lançar a bola e brincar
de basquete.
Para concluir apresentei o poema “Bambolê” do livro Brincantes poemas de César
Obeid, após a leitura, solicitei que as crianças tentassem ilustrar o mesmo
com um lindo desenho.
Com facilidade as crianças
conseguiram relacionar a forma do bambolê ao círculo, na turma de 02 anos na
semana seguinte a que iniciei as vivências houve criança que esqueceu o nome do
brinquedo e o nomeou como círculo somente. Ao apresentar a tela “Crianças na praça” o grupo nomeou as
brincadeiras e brinquedos que havíamos conhecido desde o início do ano, ao
apreciarem a tela “Bambolê” uma
criança da turma de 3 anos comentou que aquela obra não era de Portinari, pois
o mesmo pintava com “cara”.
Baú das Brincadeiras
Enviei
uma entrevista para casa das crianças onde os pais, foram convidados a
responder quais brincadeiras que brincavam enquanto crianças e solicitei que se
possível nos enviassem fotos destes momentos, porem o retorno não foi como
esperado. Após apreciarmos a tela “Crianças
na praça” do artista plástico Ivan
Cruz, dialogar sobre fatos da biografia do artista, apresentei um cartaz
com o título “Baú das brincadeiras” no
mesmo continham as fotos dos pais enquanto crianças em momentos de brincadeira.
Solicitei que as crianças tentassem identificar seus familiares, os brinquedos
e brincadeiras expostos nas fotos e instiguei as mesmas a relacionarem as
imagens do cartaz com as brincadeiras apresentadas na tela.
No
pátio externo brincamos com triciclo que foi um dos brinquedos que mais
continham nas fotos enviadas pelos pais, depois de observamos a ficha do mesmo
que contêm na caixa didática “Brinquedos”.
Dando
continuidade em nossas vivências e inspirados na tela “Crianças na praça” - Ivan
Cruz, apreciamos as telas que já havíamos trabalhado e dialogamos sobre as
brincadeiras representadas ali, em seguida nos encaminhamos até o pátio externo
da instituição e pintamos cartolina com desenhos de casas em tamanho grande, as
quais permitiram para o registro fotográfico inspirado na tela.
Através
de votação no quadro fizemos um placar e as crianças escolheram com qual dos
brinquedos ou brincadeiras que aparecem na tela brincaríamos no pátio externo:
(cavalinho de pau, pé de lata, peteca, pião, corda, bambolê).
Foi
organizado no espaço exterior da instituição as casas que foram pintadas pelas
crianças na cartolina e expostas as telas já trabalhadas no varal. Recebemos
então os familiares, os quais foram convidados através de bilhetes, para virem
ao Cmei e brincarem com as crianças assim pude finalizar meu projeto
representando a tela “Crianças na praça’
juntamente com familiares, filhos e brinquedos.
Avaliação
No decorrer da elaboração e cumprimento
das nossas vivências procurei dar concretude as palavras de Vigotski (2003,
p.239):
“A
beleza deve deixar de ser uma coisa rara e própria das festas para se
transformar em uma exigência da vida cotidiana, e o esforço criativo deve
impregnar cada movimento, cada palavra e cada sorriso da criança...”
Nossas crianças passam parte significativa de
seus dias em nossas instituições e merecem ações e espaços que remetam a uma
realidade diferente da que vigora na atualidade, que se contraponha a miséria
intelectual, levando-os a experienciarem e apreenderem o que se produz de mais
elaborado pela cultura humana oportunizamos que estes possam se tornar agentes
do processo histórico, não apenas meros expectadores. Os espaços educativos
devem ser organizados para que as crianças desenvolvam os sentidos estéticos e
vivenciem experiências significativas em seu cotidiano condição essencial à
aprendizagem e ao desenvolvimento infantil, segundo assinala Blagonadezhina
(1969, p.375):
“As
principais vivências estéticas se manifestam na satisfação que a criança sente
quando vê objetos de cores vivas, quando escuta música...Os sentimentos
estéticos da criança se desenvolvem mais quando se apresenta bons desenhos,
quando se lêem versos escritos especialmente para as crianças”
Durante nossas experiências e estudos com as
obras de Portinari e Ivan Cruz procurei garantir essa significação do espaço,
ofertando as elaborações máximas da humanidade não somente aos escolares, mas a
seus familiares e porque não também ao grupo de funcionários da instituição?
Todos apreciaram e aprenderam, inclusive eu, me encantei com a grandiosidade do
talento de Portinari, pintor que eu pouco conhecia, mas ao aprofundar as
pesquisas aprendi o quanto contribuiu para a Arte em nosso país. Aconteceu um
fato interessante durante nossas vivências, certo dia ao apresentar uma
entrevista com João Cândido Portinari, Davi Vidal criança da turma de 4 a 5
anos, me perguntou como eu sabia tudo aquilo que estava explicando, eu respondi
que foi “lendo que aprendi, estudando e que se eles prestassem atenção
aprenderiam muitos fatos interessante com as professoras”. Em outra ocasião a
mesma criança me fez os seguintes relatos: “Professora você sabia que lá na minha
casa meu pai tem um perfume que se chama Portinari. Eu contei aos meus pais que
quando o Portinari era criança era chamado de Candinho, que ele nasceu na
fazenda de café”, acontecimentos como este me deu clareza que as crianças
estavam atingindo os objetivos elaborados, pois estavam aprendendo
de forma prazerosa e já estabeleciam relações e ainda transmitiam os conceitos
assimilados. Não somente Davi Vidal citava fatos marcantes da vida de Cândido
Portinari, quando relembrávamos sobre a biografia do expoente das artes sempre
surgiam relatos: “Ele morreu porque mexia com muitas tintas”, “Ele tinha medo
de espantalhos quando era criança”, “Seu primeiro trabalho ainda criança foi
pintar o telhado da igreja”, “Sua neta era Denise” entre outras falas. Durante as
vivências com as obras belíssimas de Ivan Cruz constatei que aprenderam
brincando, as crianças conseguiam relacionar obra ao autor, comentavam que as
obras de Ivan Cruz eram de brincadeiras e que em suas telas as crianças não
possuíam os órgãos da face, relatavam que o pintor nasceu no Rio de Janeiro,
que além de pintor é escultor, que faz escultura de “bronzeado” disse Eloise em
certa ocasião, Yasmin relembrava sempre o fato que Ivan Cruz se inspirou nas
obras de Portinari para ser pintor. Ouvir tais relatos me deixaram muito feliz
e realizada, pois observei o quanto as crianças se desenvolveram em diversas
áreas do conhecimento através das vivências que propiciei.
Obtive contato com o pintor Ivan Cruz e
fiquei admirada com sua humildade, sempre respondendo prontamente minhas
solicitações, além de um grande profissional, um excelente ser humano que vem
se dedicando a incentivar que as crianças brinquem e se desenvolvam através
dessa ludicidade. Ele se propôs a vir pintar um mural aqui conosco, quem sabe
em breve?
Durante as vivências que elaborei algo que
levei em conta além dos resultados foram os “processos” os meios que as mesmas
seriam proporcionadas para alcançar determinados objetivos, por isso pesquisei diversas
maneiras de trabalhar determinado brinquedo focando em diversas áreas do
conhecimento, tudo isso lembrando as palavras:
“A
avaliação deve se ocupar dos processos e não dos resultados”
(Bondioli
e Sario, 2015)
Tais vivências também possibilitaram
contribuir para a participação na produção histórica por parte dos familiares
que atenderam prontamente nossas solicitações e retomaram o diálogo com seus
filhos, pois as vivências envolveram a todos os componentes do convívio
familiar das crianças, que conversavam e relatavam o que aprendiam, assim os
brinquedos de seus pais, avós passaram a fazer parte de seu cotidiano, essa
interação foi possível através desse trabalho de resgate do brincar, deste
Brincar com intencionalidade, o qual estimula a criança em várias dimensões,
como a intelectual, a social e a física, pois a brincadeira a leva para novos
espaços de compreensão que a encorajam a prosseguir a crescer e a aprender.
Ao observar e
registrar consegui constatar o quanto cada vivência e experiência contribuiu
para o processo de formação e transformação de nossas crianças,
e de minha pratica também, dessa forma a teoria histórico cultural sempre nos faz refletir e aprimorar nossas
ações, através de estudos para poder propiciar as nossas crianças um ensino de
qualidade e buscar o que há de mais elaborado e primoroso, pois não podemos ser
só transmissores do conhecimento cabe a nós sermos provocadores, buscando novas
propostas novas elaborações, novos saberes e assim proporcionaremos a ruptura
do senso comum.
“Deixar
as crianças reféns de sua própria espontaneidade é, ao mesmo tempo, permitir
que se aprisionem nos seus próprios limites”.
(Martins,2010.p.78)
Projeto elaborado e desenvolvido por Marcela de Lima Correa
Relato das práticas desenvolvidas, a partir dos pressupostos da Proposta Pedagógica da Rede Municipal de Ensino de Telêmaco Borba. no ano de 2018. Categoria: 0 a 5 Anos PRÊMIO PROFESSOR PAULO FREIRE “A TEORIA DO CONHECIMENTO VIVENCIADA NA PRÁTICA.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário