terça-feira, 12 de novembro de 2019

Educação Infantil: Projeto: ENCANTANTES REALIZAÇÕES HUMANIZADORAS

RELATO DAS PRÁTICAS DESENVOLVIDAS DURANTE O ANO LETIVO DE 2016, A PARTIR DOS PRESSUPOSTOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA DA
REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ...

As instituições educativas só se justificam se, em todos os espaços e em todo tempo, ocuparem-se do desafio de disponibilizar às crianças as máximas elaborações humanas.
(CHAVES, 2014).

Introdução


                   Neste relato descreveremos a prática educativa, contemplando as vivências realizadas com as crianças da turma de Lactentes do Centro Municipal de Educação Infantil ... no ano de 2016.
                   Considerando que a Educação Infantil precisa possibilitar a aquisição de conhecimentos científicos, o desenvolvimento de condutas humanas, das capacidades expressivas, valores, expressão de sentimentos por meio de vivências enriquecedoras que possibilitem às crianças desde os primeiros meses adquirir experiências essenciais para o processo de humanização, pois pautados nos princípios da Teoria Histórico-Cultural nascemos um corpo biológico, que por meio da apropriação da cultura e do meio social vai tornando-se humanizado.
                   Conforme citado por Facci, 2010 apud
Leontiev (1978) afirma que a formação do homem depende da transmissão dos resultados do desenvolvimento sócio-histórico da humanidade e o próprio movimento da história só é possível por meio da transmissão às novas gerações dos bens culturais já elaborados pelos homens. Para esse autor, a educação tem papel decisivo no processo do homem tornar-se humanizado.

                   Planejamos cada momento de nossa rotina considerando o desenvolvimento e aprendizagem dos bebês, fazendo a defesa de que a organização didática da rotina da Instituição de Educação Infantil precisa favorecer o diálogo aprimorado, a imaginação e a curiosidade, visando uma educação que contemple o cuidado das crianças e o desenvolvimento intelectual de forma humanizadora.
                   Pois como encontramos nos escritos de Vigotski 2009, quanto maior e mais ricas forem as experiências das crianças, mais elas se desenvolverão.
Justificativa
Considerando as reflexões, diálogos e orientações amparados por um referencial teórico, através de um conjunto de textos disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação sob coordenação da Dra. Marta Chaves nos encontros de formação continuada, planejamos nosso trabalho visando aprimorar a linguagem oral, desenvolver o conhecimento de si como indivíduo, a imaginação, o espírito de solidariedade, de conduta coletiva, a altivez e afetividade, em um ambiente acolhedor, com instrumentos que sugiram afetividade, despertando na criança a sensibilidade de perceber beleza nas produções culturais humanas já elaboradas.
                   Na perspectiva Histórico Cultural, os estudos sobre o desenvolvimento humano e a compreensão da necessidade de nos aperfeiçoar a cada dia, entendendo que a realidade do bebê não é o que ele conhece, mas sim o que de melhor a humanidade deixou para ele, fazendo a defesa de que aquilo que está ao redor do bebê, próximo a ele, constitui-se de realidade imediata, portanto é nosso papel disponibilizar antes de mais nada um ambiente acolhedor e afetivo, desenvolver  a altivez através do ensino, variar e diversificar sempre, ensinar a criança a controlar sua conduta através de nosso comando e disponibilizar ao alcance do campo visual e ao toque do bebê brinquedos e materiais da sala.
                   Sendo assim, consideramos que as intervenções pedagógicas aqui relatadas justificam-se se o que desejamos é o desenvolvimento de uma Educação Infantil plena, através da interação com outros humanos, onde suas funções psicológicas superiores são ampliadas.

Objetivos da prática realizada


 Objetivo Geral
  • Possibilitar por meio de vivências a aquisição de conhecimentos essenciais à aprendizagem de conhecimento necessários ao desenvolvimento humano,

Objetivos Específicos

·     *  Estimular o desenvolvimento da linguagem oral
·  * Desenvolver a atenção das crianças para imagem de Arte com intencionalidade desenvolver o apreço pela arte, a sensibilidade e o senso estético dos bebês
· *Desenvolver as capacidades intelectuais das crianças como: atenção, memória, concentração, pensamento, raciocínio, linguagem entre outros.
·        * Desenvolver a altivez
·         Desenvolver a conduta de solidariedade
·         Desenvolver a autonomia em relação a segurar um copo, alimentar-se sozinho, buscar um objeto que lhe pertence num armário, entre outros.
·         Favorecer o desenvolvimento do gosto pela leitura.
·         Desenvolver o conhecimento corporal, tendo consciência de seu corpo, dos cuidados e higiene necessária para a saúde.
·         Desenvolver a capacidade de controlar a conduta obedecendo a comando dos adultos
·         Desenvolver as habilidades motoras para locomover-se, manipular objetos, estabilizar o corpo no espaço etc.
·         Proporcionar um ambiente acolhedor e afetivo, favorável ao desenvolvimento da criança.

Referencial teórico

Compreendemos que a Educação Infantil tem papel fundamental no processo de desenvolvimento humano, pois é a primeira etapa da Educação sistematizada, onde as crianças pequenas terão o primeiro contato com a produção cultural elaborada pela humanidade de maneira intencional e planejada.  É nessa fase que as crianças desenvolverão sua personalidade, sua inteligência através da comunicação emocional com seus responsáveis e com os educadores. Porém, é fundamental a interação adulto-criança.
Leontiev (1978) afirma que:

“A formação do homem depende da transmissão dos resultados do desenvolvimento sócio-histórico da humanidade e o próprio movimento da história só é possível por meio da transmissão às novas gerações dos bens culturais já elaborados pelos homens.


Para Leontiev, a educação tem papel decisivo no processo do homem tornar-se humanizado. As relações que a criança estabelece ao seu entorno orientarão o seu lugar na vida, o seu papel social e, como conseqüência, todo o conteúdo de sua vida futura.”
            Fazemos a defesa de que já na escola de Educação Infantil, o processo vivenciado pelas crianças determina a sua consciência, pois como afirma Vigotski (2001: 262) a escola determina “[...] todo o destino do desenvolvimento intelectual da criança, inclusive do desenvolvimento dos seus conceitos”.
Segundo o autor, os conceitos científicos “[...] não podem aparecer na cabeça da criança senão a partir de tipos de generalização elementares e inferiores preexistentes, nunca podendo inserir-se de fora da consciência da criança”.  Desta forma o professor de Educação Infantil tem papel relevante no processo de ensino. Precisamos,, portanto, fazer com que todos os momentos tornem-se vivências significativas para o desenvolvimento das crianças, sendo intencionalmente organizados e planejados.
Neste sentido não é qualquer conhecimento, mas a produção cultural que há de mais elaborada, pois segundo Davidov (1988) quando a criança entra na escola ela começa a ter contato e se apropriar dos fundamentos básicos das ciências, da arte, das regras morais, o que propiciará que ela comece a observar a realidade de forma mais elaborada, ultrapassando os limites da observação direta.
Quando a criança supera seu desenvolvimento biológico, desenvolve novas funções psicológicas superiores, para tanto, o professor precisa ser mediador desse processo, onde a criança se humanizará., priorizando as práticas pedagógicas que favoreçam a comunicação, o cuidado e o desenvolvimento das crianças.
Vygotski e Luria (1966: 177) esclarecem que a criança, no processo de desenvolvimento, torna-se reequipada à medida que vai se apropriando da cultura, pois a rotina da prática com os bebês é muito específica dessa faixa etária, pois cada bebê tem seu próprio ritmo, suas necessidades, assim, as professoras precisam de todo cuidado e atenção para perceber e atender às necessidades imediatas de cada criança como fome, sono, dor, troca de fralda. É através da brincadeira e da interação nesses primeiros meses e anos de vida que farão com que a criança se aproprie da conduta humana. Para Facci e Tuleski (2006), em relação ao desenvolvimento das funções psicológicas superiores esclarecem que:


“Durante este processo de “interiorização”, isto é, de transferência interna de funções, acontece não somente uma reconstrução complexa de sua estrutura e o aperfeiçoamento de funções separadas no processo de desenvolvimento psicológico da criança, mas também são alteradas as funções intrafuncionais e suas relações de modo radical. Como resultante destas mudanças, surgem sistemas psicológicos novos que se unem em cooperação e combinações complexas de várias funções elementares antes separadas”


Sempre pensamos e refletimos nossa prática pedagógica que deve estar em constante aprimoramento, dessa forma a formação continuada junto à Educação Infantil e Educação Integral acontece em diversos encontros organizados  pela Secretaria Municipal de Educação  sob coordenação da Dra. Marta Chaves, da Universidade Estadual de Maringá. As ações que apresentamos neste texto pautam-se nas elaborações da Teoria Histórico-Cultural, referencial teórico que afirma a necessidade de desenvolvermos as capacidades humanas superiores. Compreendemos a importância de sistematizar os recursos didáticos para a organização da prática pedagógica, visto que a organização do tempo e do espaço na Educação Infantil promove o desenvolvimento das crianças, o apreço à arte, e possibilita diversas vivências, em que os escolares – independente de sua faixa etária – dialoguem e apreciem produções artísticas que expressam as máximas elaborações humanas, seja nas artes plásticas, literatura ou na composição de quadros, favorecendo a apropriação do conhecimento e das riquezas humanas (CHAVES, 2014b),  condição essa  privilegiada às instituições formais de ensino de Telêmaco Borba-PR e à medida que compreendemos que há recursos que podem nos auxiliar no desenvolvimento da prática educativa junto aos bebês, fomos  orientados  a elaborar  os recursos didáticos como: Caixa Didática Animais¹, Cesto dos Tesouros², Livreto³ e Colcha Roda da Conversa⁴. Nesta concepção a autora nos remete:

“... a organização do tempo e do espaço justifica-se para favorecer ou instrumentalizar intervenções educativas capazes de promover a aprendizagem e o desenvolvimento dos escolares em diferentes idades” (CHAVES, M. LEONTIEV e BLAGONADEZHINA, 2014)

Neste sentido a organização dos recursos nos dá condições de instrumentalizar nossas atividades, para trabalharmos com as crianças.  Além disso, também tivemos a formação com o professor Doutorando Luiz Miguel Pereira, acerca da possibilidade de teatro para bebês, compreendemos que precisamos ofertar cultura e arte, para que os bebês vivenciem e se apropriem do conhecimento através de possibilidades estéticas na Educação Infantil. Pensando em possibilitar um mundo estético, sensível e artístico para os bebês fizemos uma Apresentação
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¹ Caixa Didática Animais constitui-se de um recurso que favorece a organização de materiais a partir de temáticas de estudo, neste caso, ANIMAIS. Trata-se de caixas organizadas conforme um tamanho estabelecido, encapadas preferencialmente com tecido e que possuem e seu interior um acervo de fichas conforme uma temática específica e obedecem critérios definidos e comuns. Favorece a aprendizagem das crianças, bem como a aquisição de conhecimento pelos professores através das pesquisas e estudos que irão desenvolver no processo de composição e posterior na utilização deste material juntamente com as crianças.
² Cesto dos Tesouros é um recurso didático de origem européia, trata-se de um cesto de vime, composto por utensílios obtidos com familiares, comunidade e profissionais da instituição.
³ Livreto constitui-se de um recurso didático que poderá ser planejado pelo professor, organizado e elaborado com a participação das crianças à partir de estudos desenvolvidos, com base na obra de escritores, pintores, compositores; ou ainda, relacionados às vivências especiais afetas às temáticas de estudo, desenvolvimento das crianças etc.
⁴Colcha Roda da Conversa recurso didático no qual as crianças ficam confortavelmente sentadas ou próximas ao recurso o qual contribui para o enriquecimento do ouvir e/ou aprender com as realizações de autores e personagens.

Teatral a qual chamamos “Chuva, chuvisco”, adaptação da peça teatral “Chove”¹ do grupo espanhol Titereficciós², através do qual possibilitamos aos bebês desenvolver sua percepção, concentração e atenção, dando-lhes autonomia para perceber as coisas por si e não apontada pelos adultos.
Reiteramos que, para que o processo de humanização que promovemos desde a Educação Infantil ocorra de forma exitosa é necessário do professor uma conduta zelosa, onde este precisa sistematizar, organizar, planejar e refletir sua prática diariamente, tornando-a cada vez mais rica a vivência da criança nos espaços do CMEI, onde o professor seja mediador do conhecimento cultural, por meio de intervenções que possibilitem à elas o que há de mais elaborado com sentido e significado aos bebês. 
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¹Peça teatral Chove criada em 2013 pelo grupo Titereficcios
² Titereficcios grupo teatral Espanhol criado em 2009 por Roberto C. Mouriño

As vivências organizadas na rotina com bebês: possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem.

A Educação Infantil concretiza-se de forma lúdica, onde o professor precisa organizar o espaço e enriquecer todas as vivências das crianças na instituição de forma a ampliar as possibilidades de desenvolvimento e criação das crianças.
Sendo assim, preparamos a sala para recebê-las com diferentes recursos e materiais ao alcance de seu campo visual imediato e ao toque.
Relataremos a seguir as vivências pedagógicas realizadas com as crianças.

 Foto 1- Criança brincando com o móbile

Foto 2- criança em situação de brincadeira de experimentação




Fotos 3, 4 e 5: Detalhamentos da composição dos espaços organizado para os bebês.

Os estudos e elaborações nos possibilitam compreender que as crianças precisam ser recebidas em um ambiente acolhedor e afetivo, para tanto proporcionamos diferentes e variadas brincadeiras onde o toque e a fala sugiram segurança e afeto.

Foto 6-Vivência com a brincadeira Andando Junto, criança segurando em nossas mãos.

Foto 7- Crianças brincando de perceber a textura ao toque de cachecóis e lenços.

Ao pensarmos sobre a organização do espaço, num primeiro momento refletimos a importância de que os brinquedos e recursos estivessem ao alcance das crianças, considerando que nessa faixa etária as crianças se desenvolvem através do contato, toque e observação.
À medida que fomos organizando a prática educativa e orientadas em Formação Continuada na Secretaria Municipal de Educação, sob orientação da Dra. Marta Chaves compreendemos que precisamos desenvolver na criança o controle da conduta através do nosso comando, portanto iniciamos um trabalho com os pequenos que se deu através de falas constantes e repetidas vezes ao dia, como:
-Vamos guardar esse brinquedo e depois pegar o outro?
-Não é o momento de brincar com as bolas, vamos brincar com carrinhos.
Entendemos que é através das intervenções que por vezesse repetem queacontece o desenvolvimento, portanto em nossa prática esse trabalho acontece diariamente. Intencionalmente organizamos a rotina onde, por vezes, permitíamos que cada criança fizesse sua escolha, demonstrando seu interesse.
Segundo Vigotski “quanto mais a criança viu, ouviu e vivenciou, mais ela sabe e assimilou;” (Vigotsky 2009).
Foto 10 -Davi Lucas escolhendo um livro.

Levar nossos pequenos a acomodar-se para ouvir com a finalidade principal de desenvolver a capacidade de atenção e concentração nos bebês também é uma prática diária, isso acontece por diversas vezes ao dia, nos momentos das histórias, de aprender uma música, ao observar imagens, na hora da chamada, ao observar o tempo.Sabemos que é nosso papel enquanto professoras levar a criança a sentir prazer em participar desses momentos, fazendo uso de palavras essencialíssimas e toque afetuoso e acolhedor, lembrando sempre que para aprimorar nosso trabalho precisamos ter uma conduta de continuidade.




Foto 11 e 12- Após a leitura do livro feita pelas professoras, as crianças observaram as imagens e fizeram pseudoleitura, imitando as professoras.

Os estudos e diálogos com a coordenação pedagógica, reflexões e orientações recebidas nas formações continuadas acerca do recurso Colcha Roda da Conversa nos possibilitou compreenderque o mesmo contribui para o desenvolvimento do ouvir e aprender com as realizações de autores e personagens, a estimular o desenvolvimento da linguagem oral das crianças, favorecer o desenvolvimento do gosto pela leitura, desenvolver a atenção para imagem de Arte com intencionalidade de desenvolver o apreço pela arte, a sensibilidade e o senso estético dos bebês, desenvolver as capacidades intelectuais das crianças como: atenção, memória, concentração, pensamento, raciocínio, linguagem, entre outros,dessa forma organizamos nossa prática pedagógica com vários momentos de vivências na Colcha Roda da Conversa.

Foto 13- Crianças ouvindo a história: “O grande rabanete” de Tatiana Belinky na Colcha Roda da conversa

Foto 14- Crianças participando da conversa sendo surpreendidas por um saco surpresa onde estavam diferentes fantoches.

Foto 15- Momento da Roda da Conversa onde utilizamos fantoches, as crianças participaram observando atentamente. Algumas delas fizeramtentativas de repetir nossa fala.

Foto 16- Criança Maria Clara aprendendo através da brincadeira com fantoches a interagir, retribuir o carinho e a gentileza com gestos de amor eafeto.

Entendemos que para desenvolver o interesse e o gosto da criança em sentar-se e acomodar-se para ouvir uma história, por exemplo, precisamos apresentar a ela o que há de melhor, nesse sentido escolher uma boa literatura é algo fundamental.
Almejando desenvolver em nossas crianças capacidades humanas superiores e certas de que elas aprendem pelas nossas mãos e pela nossa voz desenvolvemos sob orientação da Professora Dra. Marta Chaves o recurso: Caixa didática: animais.
A Caixa Didática é um recurso que favorecea apresentação de conhecimento científico sobre os animais às crianças, uma possibilidade de desenvolvimento que se fez presente em nossa prática pedagógica, variando a forma como a apresentamos, possibilitou-nosfavorecer o desenvolvimento da curiosidade, da surpresa e do conhecimento. Inicialmente levamos a Caixa Didática até a sala no momento da Roda da Conversa, onde utilizamos falas incentivando a curiosidade para descobrir o que havia dentro da caixa. “O que será que há nessa caixa?”, “Vamos descobrir?”. 


 Foto 17- Crianças atentas ao recurso Caixa Didática: animais

  Foto 18- Crianças observando a Caixa Didática- animais

Foto 19- Crianças observando as fichas dos animais.

O Cesto de Tesouros também está presente em nossas ações pedagógicas e é muito apreciado por todas as crianças que solicitam essa rica possibilidade de desenvolvimento diariamente e com frequência.Entendemos que desde o seu nascimento os bebêsse relacionam com as pessoas e com o meio ao qual estão inseridos e através dessas interações conhecem e se apropriam dos objetos da cultura, sendo assim o Cesto de Tesouros possibilita às crianças experiências com diferentes objetos, formas, cores e texturas e assim se desenvolvem e aprendem, reproduzem ações vivenciadas e internalizam comportamentos construindo o seu próprio pensamento. A cada nova brincadeira, criavam novas formas de brincar com o mesmo recurso. 

Foto 20- Criança  brincando de passar e tomar café.

Foto 20- Criança brincando que está passando roupa.

Foto 21-Criança brincando de produzir som com um funil

Foto 22 – Crianças brincando com o Cesto de Tesouros, criando novas possibilidades de utilização com os materiais.
Compreendemos também a importância de se elaborar um Livreto com a participação das crianças. Esse recurso favorece o desenvolvimento da linguagem, a organização do pensamento e a sensibilidade.       Elaboramos nosso livreto “A Arca de Noé”, favorecendo o conhecimento da vida e obras do cantor e compositor Vinicius de Moraes.
Confeccionamos uma caixa em formato de Arca para armazená-lo e suas páginas são formadas por fotos de belíssimos momentos com as crianças, que por vezes foram caracterizadas de animais ao ouvirem as músicas de Vinícius de Moraes, e também carimbaram marcas de pés e mãos com tinta, como intuito de formar animais a partir dessas marcas. Dançamos e cantamos as músicas de Vinicius de Moraes, especialmente da Obra Arca de Noé, elaborando gestos e imitando os animais.
Para elaboração do livreto, contamos para as crianças a história “A Arca de Noé” na versão de Ruth Rocha, destacando e nomeando cada animal que aparecia na história.

 Foto 25- Criança Davi Lucas observando o livro “A Arca de Noé”

O trabalho com esse recurso didático Livreto favoreceu o desenvolvimento da linguagem, a sensibilidade, a organização do pensamento, entre outros, além de registrar os momentos de aprendizagem e diversão com as crianças.

Foto 26- Criança  caracterizado dançando e imitando o animal gato ao som da música O gato do Autor e compositor Vinicius de Moraes.

Foto 27- Criança caracterizada de pinguim dançando ao som da música O Pinguim do Autor e compositor Vinicius de Moraes.

Favorecer o desenvolvimento pleno de nossas crianças requer de nós sensibilidade de priorizar não apenas algumas, mas todas as realizações que a criança experiência, percebendo aprendizagens e êxitos em cada uma delas. Para tanto, oportunizamos vivências organizando o tempo e o espaço de forma a valorizar todos os momentos em que a criança permanece sob nossos cuidados, dando sentido e significado para todas as nossas ações pedagógicas e as intervenções realizadas com as crianças, visando seu desenvolvimento pleno.
Fazem parte de nossa rotina diária diferentes momentos, como:

·         MOMENTO DE HIGIENE: Oportunizamos momentos de banho, escovação de dentes, troca de fraldas, higiene das mãos para desenvolver nas crianças o conhecimento corporal, tendo consciência de seu corpo, dos cuidados e higiene necessária para a saúde.

 Foto 30: Criança desenvolvendo a capacidade de escovar seus dentes com autonomia.

·         MOMENTO DA ALIMENTAÇÃO: Nesse momento as crianças são incentivadas a experimentar alimentos variados, tendo uma alimentação saudável e comer com autonomia, segurando a colher com firmeza e levando até a boca, segurando uma fruta, pão, etc.

Foto 31: Criança alimentando-se com autonomia

·         MOMENTO DE BRINCADEIRAS DIRECIONADAS: As crianças são incentivadas a interagir com os diferentes pares, experimentar sensações, diferentes movimentos, ouvir diferentes sons, subir e descer, entrar e sair, montar peças de encaixe, entre outros.

Foto 32: Criança  tocando o xilofone e divertindo-se com os sons produzidos.

Foto 33: Crianças subindo e descendo do escorregador, desenvolvendo suas habilidades motoras

 Foto 34: Criança passando pelo túnel

Foto 35: Criança brincando de entrar e sair da caixa

Foto 36: Criança concentrado montando peças de encaixe

Foto 37: Criança encaixando as argolas no cone

·                 Momento de atividades diversificadas: Encorajamos as crianças a manipular massas e tintas, proporcionamos momentos de brincadeiras de rabiscação, pinturas, brincadeiras de lavar brinquedos e brincadeiras no miniplay.

Foto 38: Criança brincando com a tinta e passando pelo corpo

Foto 39: Criança chorando ao ter o primeiro contato com a tinta.

Foto 40: Criança após intervenção das professoras, observando suas mãos sujas de tinta.


Foto 42: Criança utilizando giz de cera para rabiscar papel fixado na parede

·         MOMENTO DO DESCANSO: Nesse momento preparamos o ambiente para que a criança sinta-se segura, colocamos uma música para ajudá-la a relaxar.

Foto 43: Criança dormindo no momento do descanso.

Os momentos de higiene, de alimentação, de descanso, brincadeiras direcionadas e atividades permanentes são igualmente ricos e necessários para o desenvolvimento integral dos bebês.
Sabemos que cada instante que a criança permanece na instituição deve ser pensado na intenção de favorecer seu desenvolvimento pleno e sendo assim planejamos todos os momentos de nossas vivências pedagógicas possibilitando o contato com o que há de mais elaborado em todas as áreas do conhecimento.
O Momento do Conto também faz parte das nossas vivências, momento esse organizado no início do ano pela coordenação pedagógica e desenvolvido pelas professoras no decorrer do ano, essa prática se estabeleceu no CMEI e acontece toda sexta-feira, é apreciado e esperado com curiosidade por todas as crianças.
Após estudos orientados pelo professor Doutorando Luiz Miguel Pereira acerca da possibilidade de teatro para bebês, em Formação Continuada realizado pela Secretaria Municipal de Educação compreendemos que precisamos ofertar cultura e arte, para que os bebês vivenciem e se apropriem do conhecimento através de possibilidades estéticas na educação infantil. 
         Segundo o professor, o espetáculo teatro para bebês é um projeto de aprendizagem e interação entre bebês e pais pela introdução da criança no mundo da arte, fomos, portanto instigadas a desenvolver com nossas crianças o teatro.
Pensando em possibilitar um mundo estético, sensível e artístico para os bebês fizemos uma Apresentação Teatral a qual chamamos “Chuva, chuvisco”, adaptação da peça teatral “Chove” do grupo espanhol Titereficciós, no Momento do Conto, através do qual possibilitamos aos bebês desenvolver sua percepção, concentração e atenção, dando-lhes autonomia para perceber as coisas por si e não apontada pelos adultos, nesse teatro utilizamos diferentes recursos, como guarda-chuvas coloridos, painel, bonés e nos apropriamos de gestos, sons e movimentos em uma brincadeira de esconde-esconde que acontece no teatro.
 As crianças demonstraram curiosidade no momento do teatro, empolgavam-se a cada movimento e som por nós produzidos e reagiam com gritos aos movimentos com os guarda-chuvas.
Assim que apresentamos o teatro a coordenação pedagógica do CMEI encaminhou o vídeo à Secretaria Municipal de Educação que nos convidou a reapresentá-lo em Formação Continuada com a Dra. Marta Chaves para as demais professoras.
Foi uma experiência riquíssima onde recebemos orientações, sugestões e pudemos apresentar brevemente esse encantante recurso que nos foi apresentado em nossas formações e que desenvolvemos com nossas crianças.





Fotos 44, 45 e 46: apresentação do Teatro para Bebês Chuva, chuvisco

As Crianças aprendem o que vivenciam
Dorothy Law Nolte

Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.
Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.
Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.
Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.
Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.
Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.
Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.
Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.
Se as crianças convivem com a tolerância, aprendem a ser pacientes.
Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.
Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.
Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.
Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.
Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.
Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.
Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.
Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.
Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.
Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver.
 “Sentir, amar, cuidar, humanizar”
Francielly Ilhéo Rodrigues

Ser professora de Educação Infantil me fez ser sensível.
Sensível para perceber cada sinal da criança de que algo não está bem.
Me fez sentir quando é necessário parar tudo que está fazendo para dar um abraço, um pouquinho de colo.
Ser sensível para ver que o belo está tanto nas produções de Tarsila do Amaral quanto no primeiro círculo desenhado com lápis de cor.
Ser professora de Educação Infantil me fez ficar feliz e vibrar com a tentativa do primeiro passo, com a primeira vez que a criança conseguiu almoçar sozinha.
Me fez achar lindo cada balbucio na tentativa de pronunciar uma palavra corretamente e propor todos os dias novas palavras desafiantes.
Ser professora de Educação Infantil me fez sensível para perceber que o “NÂO” educa, que o “NÂO” é uma forma de amar.
Me fez cuidar e educar bebês cujas famílias eu mal conhecia, mas que cuidei e eduquei como se fossem meus próprios filhos.
Me fez sensível para compreender que enquanto uma criança está com sono, outra quer alimentar-se, outra precisa ser higienizada. Que cada uma tem seu tempo, seu desenvolvimento, suas especificidades.
Sensível para apoiar todas as iniciativas autônomas da criança.
Ser professora de Educação Infantil me fez uma pessoa melhor.
Me fez perceber, em meio a essa correria da sociedade moderna capitalista em que vivemos, que há muito mais do que trabalhar e trabalhar.
Que todos os dias devemos e podemos aprender a ser melhores e fazer a vida das nossas crianças melhor.
Ser professora de Educação Infantil me fez torná-las e tornar-se cada dia mais humano.
“Explosão de Sentimentos”
Eliane Bueno de França Lemes

Você acabou de nascer,
Ainda nem completou seu primeiro ano de vida
E já precisa deixar aquela casa aconchegante,
Aquele colo quentinho, aquele toque de amor!
E tudo que apresentara segurança
e lhe inspirava amor se ausentou de repente...
Um novo ambiente, novos moradores, vozes desconhecidas,
Colo estranho.
O que lhe restou foi chorar demonstrando seu medo e inquietação.
O novo lhe pareceu assustador...
Porém belas cores e uma voz suave lhe despertou curiosidade;
O toque afetuoso lhe inspirava segurança...
Cantigas e brincadeiras trouxera-lhe alegria,
Esquecendo-se por instantes da casa ainda tão desejada.
Os brinquedos ao seu alcance despertou-lhe o desejo de brincar
Diferentes sensações, aguçaram em você
Ao perceber que poderia apropriar-se e optar por um deles.
A variedade de formas, cores e materiais favoreceu uma explosão de sentimentos, de sensações.
Aquele colo e toque suave em meio a tanto cansaço,
Pareceu-lhe relaxante e seguro
e ali você adormeceu...
Sua nova vivência, ambiente acolhedor assegurava-lhe apreço ao novo, sensibilidade ao belo.
As belas obras de arte e as ricas elaborações, preparadas para e com você proporcionara-lhe experiências riquíssimas,
Desenvolveu o desejo de interagir e apropriar-se intensamente de tudo quanto lhe fora proposto, favorecendo assim seu pleno desenvolvimento!
Nunca me esquecerei de você,
Tão pequeno e dependente...
E hoje ao te observar,
Concentrado nas histórias, escolhendo um brinquedo com autonomia,
Auxiliando os amigos e demonstrando para com eles condutas de amor e respeito,
Lágrimas rolam pela minha face...
Lágrimas de alegria, de amor, de sensação de dever cumprido.
Sei que por vezes foi através das minhas mãos, do meu toque, da minha voz, do meu incentivo e da minha motivação que você CRIANÇA pode vivenciar o que de melhor a humanidade deixou para você! 

Avaliação

Percebemos no decorrer da prática pedagógica realizada a aquisição de conhecimentos a partir das vivências, a linguagem oral foi desenvolvida significativamente como também a atenção das crianças para apreciar imagens de Arte demonstrando sensibilidade ao que é belo e capacidades intelectuais como concentração, memória, pensamento, entre outros.
 Algumas crianças já demonstram condutas de solidariedade a partir de gestos umas para com as outras, apresentam autonomia nos momentos de alimentação, conseguindo levar a colher até a boca sozinhas, muitas delas auxiliam nos momentos de organização da sala, buscam objetos que lhes pertence e levam até o armário, conseguem concentrar-se nos momentos de história demonstrando gosto pela leitura, obedecendo comandos e demonstrando capacidade de controle de conduta, manipulam objetos e locomovem-se demonstrando maiores habilidades motoras, apresentam conhecimento corporal apontando para as partes citadas e desenvolvem consciência de seu corpo, dos cuidados e higiene nos momentos das trocas, banho e escovação de dentes.

Referências Bibliográficas

 VIGOSTSKI, Lev S. Imaginação e Criação na Infância. São Paulo: Ática, 2009.
CHAVES, Marta. Curso de Formação Continuada com os professores de Educação Infantil. Telêmaco Borba, julho de 2014.
LIMA, E.A.; VALIENGO, A. Literatura Infantil e Caixas que contam histórias: encantamentos e envolvimentos. In: CHAVES, M. (org). Práticas pedagógicas e Literatura Infantil. Maringá: Eduem, 2011.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Caderno Pedagógico da Educação Infantil – CMEI. Telêmaco Borba – Pr. Gráfica Regente, 2008.
DOHME, V. Atividades Lúdicas na Educação: O caminho de Tijolos Amarelos do Aprendizado. 4. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Relator: Raimundo Moacir Mendes Feitosa, 2009.
SOUZA, R. C. de. A Práxis na Formação de Educadores Infantis. Rio de Janeiro: DP&a, 2002.
_____________________________________. Proposta Pedagógica: Rede Municipal de Ensino. Telêmaco Borba – Pr. Propress Editora Gráfica Ltda., 2008.
Orientações pedagógicas da educação infantil: estudos e reflexões para organização do trabalho pedagógico / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. – Volumes 1 e 2 – 2. Ed. – Curitiba: SEED/PR., 2015.
NOLTE, Dorothy; HARRIS, Rachel. As crianças aprendem o que vivenciam. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
FACCI, Marilda Gonçalves Dias. A Escola é Para Poucos? A Positividade da Escola no Desenvolvimento Psicológico dos Alunos em uma Visão Vigotskyana. Psicologia Política, 10(20).
  Projeto elaborado e desenvolvido por Eliane Lemes e Francielly Ilheo
Vencedor do:PRÊMIO PROFESSOR PAULO FREIRE “A TEORIA DO CONHECIMENTO VIVENCIADA NA PRÁTICA.” 
Relato das práticas desenvolvidas, a partir dos pressupostos da Proposta Pedagógica da Rede Municipal de Ensino de Telêmaco Borba. no ano de 2016. Categoria Lactentes (Bebês)


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